"A Rússia tem de estar sob suficiente pressão militarmente, politicamente e economicamente para voltar para as negociações de forma séria, e não parará enquanto não for travada." Katarzyna Zysk, professora de Relações Internacionais e de História Contemporânea no Instituto Norueguês de Estudos de Defesa, que integra a Norwegian Defense University College, em Oslo, acredita que os esforços ocidentais devem ser mantidos e que a Rússia não merece a confiança do Ocidente, ainda que tentasse negociar. "Se a Rússia aceitasse um acordo, seria apenas uma pausa na guerra, talvez de meses, talvez de anos", argumenta nesta entrevista com o Expresso a analista que também é membro do conselho de administração da Iniciativa Europeia para Estudos de Segurança e membro do Conselho Militar Internacional sobre Alterações Climáticas e Segurança. Katarzyna Zysk focou a sua investigação nas áreas de segurança, defesa e estudos estratégicos, em particular, a estratégia militar da Rússia, guerra, a Marinha Russa, a segurança marítima e a geopolítica no Ártico. A investigadora defende que ainda são temíveis as ambições russas de expansão territorial e de influência geopolítica.
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"Para obter ajuda na guerra, a Rússia teria de aceitar as condições da China. A longo prazo, será economicamente uma derrota"
É difícil saber se a guerra na Ucrânia está no início, no meio ou perto do fim, admite Katarzyna Zysk, investigadora na área da segurança, defesa e estudos estratégicos. A académica de Oslo salienta, nesta entrevista ao Expresso, o perigo que constitui a Rússia, que ainda tem ambições imperialistas e beligerantes que se podem alargar a outros territórios. Apesar do cansaço, o Ocidente não tem outra saída: tem de continuar apoiar militarmente a Ucrânia, analisa