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Guerra na Ucrânia

Que se passou na prisão de Olenivka?

Pelo menos 50 prisioneiros morreram, a maioria membros do Batalhão Azov. Quem tentou encobrir o quê?

ALEXANDER ERMOCHENKO

Ainda se sente a onda de choque do ataque que, a 29 de julho, matou pelo menos 50 pessoas e feriu mais de 70 na prisão de Olenivka, perto da linha da frente na região de Donetsk, no leste da Ucrânia. Há anos que organizações humanitárias vêm denunciando as condições deste local, onde cuidados médicos, alimentação e higiene escasseiam e impera a lei dos separatistas, sem controlo central. A ONU aprovou esta semana o envio de uma missão de apuramento de factos a Olenivka, pedido que o secretário-geral, António Guterres, diz ter recebido tanto de Moscovo como de Kiev. Rússia e Ucrânia acusam-se mutuamente por estas mortes.

As imagens publicadas na rede social Twitter por jornalistas que acompanham a guerra do lado russo mostram corpos, estendidos em macas, quase totalmente carbonizados. Noutras veem-se estilhaços de foguetes que a Rússia diz provirem de HIMARS, o novo sistema fornecido pelos Estados Unidos ao exército ucrania­no. Analistas militares já refutaram essa possibilidade, dado que um disparo de HIMARS causaria muito mais danos ao edifício e até a outros adjacentes, o que não aconteceu. Além disso, os corpos carbonizados não são consistentes com ataques de rockets, antes com armas termobáricas.