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Guerra na Ucrânia

Com duas horas de vida, Mia fez a sua primeira visita ao abrigo antiaéreo da maternidade de Odessa

A humilhação do Kremlin depois de perder o mais importante navio da sua frota no Mar Negro levou os russos a ameaçar retaliação em força. Um dos alvos é Odessa, cobiçado porto de águas quentes no sudoeste da Ucrânia, de onde terão partido os mísseis que afundaram o “Moksva”. A cidade tem acordado com o eco das sirenes. De cada vez que soam, a vida dos recém-nascidos da maternidade número 5 passa para o subsolo

Quando as sirenes cessam, a autarquia de Odessa manda um sms aos subscritores do serviço de alertas na cidade a avisar que já é seguro sair dos abrigos. Quanto o alarme toca, vai tudo para debaixo de terra e as parturientes não são exceção
RUI DUARTE SILVA

As sirenes ecoam e desde 14 de abril, a cada manhã, a aplicação LiveUAmap, que os ucranianos usam para conhecer ao segundo os locais atingidos por bombas, mostra sempre algum ataque nos arredores de Odessa. O motivo para a agressividade russa encontra-se algures atrás da linha do horizonte que os casais desta cidade do sul observam, entrelaçados, até o sol se pôr: nalgum ponto do Mar Negro, afundou-se o mais importante navio da Marinha russa naquelas águas: o “Moskva”, Moscovo.

No dia 15, os serviços de informações dos Estados Unidos confirmaram que o navio fora atingido por dois mísseis Neptune, lançados pelos ucranianos, e que foi essa a razão que o fez afundar tão rapidamente. A Rússia diz que não foi um ataque que provocou o dano irreparável, antes um incêndio, e que a tripulação foi resgatada.