O Presidente eleito da Eslováquia, Peter Pellegrini, apelou hoje aos partidos políticos para suspenderem a campanha para as eleições europeias, marcadas para 08 de junho neste país, um dia após a tentativa de assassinato do primeiro-ministro, Robert Fico.
"Apelo a todos os partidos para que suspendam temporariamente ou reduzam consideravelmente as suas campanhas", disse Pellegrini, que tomará posse em junho, à imprensa em Bratislava.
"A Eslováquia não precisa de mais confrontos" e "acusações mútuas" neste momento, acrescentou.
Num país dilacerado por divisões entre um Governo favorável ao Kremlin (presidência russa) e uma oposição pró-Ocidente, a Presidente cessante, Zuzana Caputova, presente ao lado do seu sucessor, também instou a que "se saia do círculo vicioso do ódio".
"Queremos enviar um sinal (...) nesta situação tensa", afirmou.
"O que aconteceu ontem [quarta-feira] foi um ato individual, mas o clima atual é o resultado das nossas ações coletivas", acrescentou, convidando os vários líderes políticos para o palácio presidencial, como forma de "acalmar as coisas" e mostrar que rejeitam a violência.
Alvejado na quarta-feira por um atirador cujas motivações ainda não são claras, Robert Fico, de 59 anos, está em estado "muito grave", embora já fora de perigo, segundo o hospital Roosevelt, em Banska Bystrica (centro), onde foi sujeito a uma operação de várias horas.
O ataque ao primeiro-ministro aconteceu em frente da Casa da Cultura local, de onde Robert Fico, de 59 anos, saía depois de uma reunião do Governo.
O primeiro-ministro foi baleado no peito e no abdómen por um homem de 71 anos, que foi entretanto detido. Robert Fico foi levado para o hospital, onde ainda permanece.
Desde que chegou ao poder, em 2023, Robert Fico pôs fim à ajuda militar de Bratislava à Ucrânia e apelou a conversações de paz entre Kiev e Moscovo, gerando críticas das autoridades ucranianas e dos seus aliados europeus.
Mais recentemente, no início de abril, alterou a sua posição relativamente ao conflito ucraniano, defendendo uma solução pacífica que respeite a "integridade territorial" do país.