Enquanto se discute se houve ou não houve uma falha dos Serviços Secretos norte-americanos, e enquanto o Presidente Biden e o secretário de Segurança Interna dos EUA prometem uma “investigação independente” à tentativa de assassinato de Donald Trump, sábado passado, na Pensilvânia, um novo vídeo pode aumentar a discussão e pressionar a investigação.
Dele se conclui que os snipers terão demorado longos 36 segundos (a partir do momento em que há o primeiro disparo) a abater Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, que feriu Trump e outras duas pessoas, matando uma quarta. Segundo o “Washington Post”, que fez uma detalhada análise deste novo (e mais longo) vídeo, a polícia é alertada durante 86 segundos e Crooks é abatido ao fim de dois minutos e dois segundos, contados a partir do começo da gravação.
O vídeo corrobora também os relatos de diversas testemunhas que apontam falhas sérias à segurança, como aquela que foi ouvida pelo Expresso — e que recorda que se “circulava livremente sem qualquer tipo de policiamento” no comício —, percebendo-se no vídeo que o atirador, já armado, é visto a subir ao telhado de uma fábrica equipamentos industriais e a posionar-se para disparar.
Enquanto isso, os espectadores alertam repetidamente a polícia do perigo — “Polícia! Polícia! Ele está no telhado!” —, aproximando-se mesmo um agente daquele local, mas sem intervir de imediato.
Enquanto não há resultados do inquérito, a diretora dos Serviços Secretos dos EUA, Kimberly Cheatle, fez questão de agradecer aos agentes que no domingo se esforçaram por rapidamente colocar o ex-Presidente Trump em segurança.
Já o candidato republicano tem vindo a usar aquele incidente ao nível da propaganda política, considerando-o “um milagre”, e utilizando-o igualmente para (recorrendo à imagem icónica do rosto ensanguentado e punho em riste) angariar mais fundos para a campanha.