Donald Trump disse esta sexta-feira, no Twitter, rede social à qual regressou recentemente depois de ter sido banido por incitamento à violência, que não vai estar presente na tomada de posse do 46º Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
É a primeira vez em mais de 150 anos que um Presidente que termina o mandato se recusa a participar nesta cerimónia, que simboliza uma passagem pacífica de poder. Apenas três não compareceram: John Adams em 1801, John Quincy Adams (filho do primeiro) 1829 e Andrew Johnson, em 1869.
Meia hora antes, Donald Trump confirmou o que já se esperava - que não pensa desaparecer da ribalta quando sair da Casa Branca: “Aos 75.000.000 grandes Patriotas Americanos que votaram em mim, AMERICA PRIMEIRO, e VAMOS TORNAR A AMÉRICA GRANDE OUTRA VEZ, vamos ter uma ENORME VOZ durante um longo futuro. Vocês não serão desrespeitados nem tratados de forma injusta, de nenhuma maneira!!!”
Todos os rituais que envolvem a tomada de posse são isso apenas, rituais. A Constituição apenas deixa claro que o único procedimento essencial é o juramento presidencial (que pode ser feito em qualquer lugar, com qualquer pessoa presente que possa legalmente testemunhar um juramento).
Até aqui e durante dezenas de transições de poder no passado, tradicionalmente o Presidente eleito chega à Casa Branca e segue para o Capitólio dos Estados Unidos com o presidente em exercício. Isso não vai acontecer até porque o local onde decorre a tomada de posse foi recentemente invadido por uma multidão de apoiantes de Trump, que se recusam a aceitar a vitória de Biden, coisa que o próprio Presidente também nunca disse com as palavras todas. Admitiu já algumas vezes, em entrevistas e discursos e no Twitter ter consciência de que esta transição vai mesmo acontecer, mas nunca concedeu nem parabenizou Biden.
Ainda não se sabe se o vice-Presidente Mike Pence vai comparecer mas uma fonte da administração contactada pelo “New York Times” disse que era essa a sua intenção, apesar de ainda não ter recebido um convite formal.
Mesmo entre os candidatos mais claramente rivais, sem qualquer química ou simpatia entre eles, as tomadas de posse significam, para os norte-americanos, que a democracia passou de umas mãos para outras, ambas escolhidas pelo povo.