Eleita pela revista britânica “Prospect” como a pensadora mais importante do ano, a jornalista e escritora brasileira Eliane Brum defende, no seu mais recente livro “Banzeiro Òkòtó — Uma Viagem à Amazónia Centro do Mundo” (à venda em Portugal, sob a chancela da “Companhia das Letras”), uma visão radicalmente enraizada no território mais disputado do século XXI: a Amazónia. Moradora de Altamira, no Pará, onde fundou o projeto Sumaúma – Jornalismo do Centro do Mundo, Brum discorre sobre o fim da ilusão do progresso, o esgotamento da esperança liberal e o corpo como fronteira política. “O nosso modo de viver é um modo de morrer. É o momento mais grave que os humanos já viveram.” É um alerta que deixa nesta entrevista ao Expresso.
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O colapso, a Amazónia e o fim da esperança liberal: uma conversa com Eliane Brum, a pensadora mais importante de 2025 para a “Prospect”
Não há fronteiras para a escrita de Eliane Brum, mas a premiada jornalista brasileira defende que o centro do mundo é a Amazónia, e não Washington ou Pequim. O centro é definido pela vida, e não pelos mercados. A pensadora e autora que se mudou há oito anos para a floresta amazónica diz ao Expresso que o fim do mundo para os indígenas foi em 1500, com a chegada das caravelas portuguesas ao Brasil, e explica o processo de destruição, da política global à sua intimidade. O colapso já chegou