Na China, o limite de tempo que um jovem passa em videojogos na internet não é definido (apenas) por si ou pelos pais. O Governo tem uma palavra a dizer. As restrições começaram a ser impostas há anos. Em 2019, as autoridades estipularam que os menores de 18 anos não poderiam jogar entre as 22h e as 8h, definindo que em dias de semana o tempo máximo era de 90 minutos e aos fins de semana três horas. Em 2021, surgiram novas regras: as empresas de ‘gaming’ passaram a só poder permitir o acesso a jovens durante uma hora por dia, às sextas-feiras, sábados e domingos.
Em dezembro de 2023 anunciaram-se novas regras que rapidamente se refletiram na bolsa, com a queda de ações de empresas de tecnologia. Os reguladores chineses anunciaram que os jogos online ficariam impedidos de dar recompensas aos jogadores que fizessem ‘login’ diariamente ou gastassem dinheiro consecutivamente no jogo. Cerca de um mês depois, parece dar-se um recuo. As regras propostas foram removidas da página eletrónica da entidade reguladora, noticiou a Reuters esta semana. Além disso, foram dadas 100 novas licenças a videojogos este mês, escreveu o Hong Kong Free Press.
Luís Mah, professor do ISCTE, descreve que houve um crescimento dos videojogos na China. “Se no início era um sector bastante dependente até de jogos que vinham do exterior, que depois, no fundo, foram adotados pela população mais jovem na China, hoje em dia, o país também começa a construir ou a desenhar uma série de jogos que depois exporta e que começam a ter sucesso internacional. Portanto, hoje em dia é um sector económico importante”, disse ao Expresso.