O Japão é o único país do mundo que ainda exige que os cônjuges tenham o mesmo apelido. Em 95% dos casos é a mulher que tem de mudar o último nome quando se casa, graças a uma lei “desatualizada” do século XIX. Sato já é o apelido mais comum e, se nada mudar, é provável que dentro de 500 anos todos os japoneses venham a ter este mesmo nome de família, estima um modelo matemático realizado pelo investigador Hiroshi Yoshida, da Universidade de Tohoku.
Ao Expresso, este professor japonês que investiga a economia do envelhecimento da população e o declínio da taxa de natalidade, reconhece que a diminuição do número de apelidos é sobretudo debatida no âmbito da igualdade de género. Ainda assim, o investigador estabelece uma relação com a questão demográfica: “A introdução de apelidos diferentes seletivos pode contribuir para resolver o problema do menor número de filhos e dos casamentos tardios”.