Após sete anos de negociações, Marrocos e a União Europeia (UE) chegaram a acordo, em dezembro, para um pacto das migrações. O diretor executivo da Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira (Frontex), Hans Leijtens, deslocou-se a Rabat com um objetivo na agenda: reforçar o diálogo e a cooperação com as autoridades marroquinas de gestão fronteiriça. “Marrocos destaca-se como parceiro crucial em África”, afirmou.
Mas o estatuto crescente de Marrocos como ‘guardião’ das fronteiras da UE não agrada a Rabat apenas pelas contrapartidas financeiras. Há outro preço com forte carga simbólica: o Governo marroquino pretende que os 27 Estados-membros aceitem a sua reivindicação sobre o Sara Ocidental. “A equação é que a UE apoie a reivindicação territorial de Marrocos e que Marrocos apoie a política de refugiados da Europa”, disse Sonja Hegasy, vice-diretora do centro de investigação alemão Leibniz-Zentrum Moderner Orient, à Deutsche Welle.