África

António Guterres condena “mudança inconstitucional” de Governo no Níger

O secretário-geral da ONU está “profundamente perturbado” com a detenção do Presidente do país por membros da guarda presidencial e apela à “cessação imediata de todas as ações que minam os princípios democráticos no Níger”

ORTN - Télé Sahel/AFP/Getty Images

O secretário-geral da ONU condenou veementemente a mudança inconstitucional de Governo no Níger, afirmou o porta-voz de António Guterres, na quarta-feira, depois de militares anunciarem o derrube do Presidente, Mohamed Bazoum.

Guterres está profundamente perturbado com a detenção de Bazoum por membros da guarda presidencial, afirmou o porta-voz Stéphane Dujarric num comunicado.

O secretário-geral apela à cessação imediata de todas as ações que minam os princípios democráticos no Níger, acrescentou.

Militares do Níger afirmaram na quarta-feira à noite ter derrubado o regime de Bazoum, através de um comunicado lido na televisão nacional em Niamey, capital do país africano, em nome de um Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP).

Nós, as forças de defesa e segurança, reunidas no seio do CNSP, decidimos pôr fim ao regime que conhecem, o do Presidente Bazoum, declarou o coronel Amadou Abdramane, rodeado por nove militares fardados, noticiou a agência France-Presse.

Os militares anunciaram ainda, no discurso televisivo, o encerramento das fronteiras e a entrada em vigor do recolher obrigatório até novo aviso.

O acesso ao palácio presidencial do Níger em Niamey está bloqueado desde quarta-feira de manhã e a estrada que conduz ao edifício continua fechada ao trânsito por elementos da guarda presidencial, disseram à agência EFE fontes no local.

O Presidente do Níger, Mohamed Bazoum, está detido desde a manhã por membros da guarda presidencial na sequência do fracasso das conversações sobre pontos que permanecem desconhecidos.

Os EUA e a UE também já reclamaram a libertação do chefe de Estado nigerino.

A França, potência colonial até à independência do país, em 1960, tem um destacamento militar de 1500 homens no Níger, o mais importante no Sahel, após a retirada de outros países, onde efetuou operações contra organizações fundamentalistas islâmicas.