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Explorar terras raras demora “anos e anos”: da Ucrânia à Gronelândia, o que liga os planos de Trump e quais as dificuldades que ignora?

Donald Trump não o diz, mas os Estados Unidos vão ter de investir durante décadas no sector dos minerais na Ucrânia antes de conseguirem algo em troca. A estratégia do Presidente tem falhas e pormenores que parecem ter sido negligenciados. No final, tudo faz parte de um plano para combater a sombra de um só país: a China

Apesar da guerra, muitas empresas mineiras continuaram as suas operações na Ucrânia, extraindo recursos como o titânio, a grafite e o berílio
Libkos

Os Estados Unidos e a Ucrânia estão cada vez mais próximos de assinar o acordo de minerais, que pressupõe a exploração de terras raras e outros recursos geológicos em solo ucraniano, como forma de compensar toda a ajuda que a América tem prestado ao país em guerra, no entender do Presidente Donald Trump. No entanto, a exploração destes minerais estratégicos e essenciais para produzir uma série de bens, desde telemóveis à indústria de defesa, não vai ser tarefa fácil nem rápida — muito menos num país como a Ucrânia.

O Presidente americano tem cobiçado os recursos naturais ucranianos, em particular as terras raras, para saldar o que acredita ser uma dívida de 500 mil milhões de dólares (cerca de 478 mil milhões de euros) que a Ucrânia acumula há três anos, desde o início da agressão militar russa em larga escala. O acordo esteve quase a ser firmado na última sexta-feira, mas a discussão acesa entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky, na Sala Oval da Casa Branca, em Washington, adiou esse momento.