A delegação portuguesa do PSD em Bruxelas repudiou este sábado o facto de uma comitiva do Partido Popular Europeu (PPE), integrada pelo eurodeputado Sebastião Bugalho, ter sido impedida de entrar na Venezuela, falando num ato “injustificado e arbitrário”.
“Tendo a missão integrada pelo deputado Sebastião Bugalho um mandato político da presidência do grupo parlamentar do PPE, os deputados do PSD consideram que este ato injustificado e arbitrário realizado pelas autoridades venezuelanas desrespeita o mandato dos deputados eleitos, a presidência do grupo parlamentar do PPE e, em última instância, o Parlamento Europeu e a União Europeia”, lê-se num comunicado enviado às redações.
Na sexta-feira, a delegação do Partido Popular Europeu (PPE) de acompanhamento das eleições presidenciais venezuelanas, que foi convidada pela oposição daquele país, ficou primeiro retida no aeroporto de Caracas, capital venezuelana, e foi depois expulsa do país, segundo notícia da agência espanhola EFE.
Em comunicado, o chefe da delegação portuguesa do PSD em Bruxelas, Paulo Cunha, lamenta a forma como a comitiva, na qual se encontrava o eurodeputado Sebastião Bugalho, foi tratada pelas autoridades venezuelanas.
“O impedimento da entrada dessa comitiva no país, quando se tratava de uma visita realizada no quadro de um convite de forças políticas na oposição - mesmo que coincidindo com a realização de um ato eleitoral - é condenável, lamentável e merecedor de repúdio público”, lê-se no texto.
A nota da delegação portuguesa do PSD em Bruxelas salienta que “em diversas declarações públicas realizadas nos dias que precederam a viagem” o eurodeputado português, vice coordenador dos Assuntos Externos do Grupo PPE e porta-voz desta delegação, “afirmou que esta missão se desenrolaria no absoluto respeito da soberania do país e do ato eleitoral”.
“Por essa razão, entendo ser ainda mais surpreendente este ato de impedimento e expulsão dos deputados que integravam a visita”, defende Paulo Cunha.
Várias delegações internacionais, além do grupo do Partido Popular Europeu (PPE) em que estava integrado o eurodeputado eleito pela Aliança Democrática (AD, coligação PSD/CDS-PP) Sebastião Bugalho, foram impedidas de entrar na Venezuela para acompanhar as eleições presidenciais no domingo, noticiou a agência de notícias EFE.
Mais de 21 milhões de venezuelanos estão habilitados a votar nestas eleições presidenciais, cuja campanha eleitoral ficou marcada por um clima de grande tensão no país, em plena crise económica, social e política.