Internacional

Sismo no Afeganistão: novo balanço eleva número de mortos para quase 3000

As zonas rurais preocupam particularmente, com as equipas de socorro ainda a caminho

MOHSEN KARIMI

Segundo o balanço mais recente, são já quase 3000 as vítimas mortais resultantes do sismo que atingiu este sábado o Afeganistão. O “The Guardian” cita altos responsáveis talibãs, depois de as autoridades terem referido anteriormente um total de 2445 mortos.

Segundo o jornal britânico, as equipas de socorro encontraram mais 350 corpos no final do domingo, e já nesta segunda-feira o Serviço Geológico dos Estados Unidos registou novos abalos, de magnitude 5,9, 4,9 e 4,7, em zonas rurais, temendo-se a possibilidade de haver mais vítimas nessas zonas, onde a ajuda não chegou ainda. Segundo um oficial talibã, citado “as equipas estão atualmente a caminho para prestar assistência”.

A inexperiência dos talibãs em lidar com este tipo de catástrofes naturais tem sido também referida, com imagens nas redes sociais e na televisão local a mostrarem “membros das equipas de salvamento a extrair tijolos de uma pilha de escombros com armas aos ombros e a utilizar bulldozers em aldeias devastadas, pondo potencialmente em risco a vida dos sobreviventes”.

O terramoto de magnitude 6,3 atingiu atingiu no sábado a província de Herat, no oeste do país, a uma profundidade de 14 quilómetros e a 33 quilómetros da cidade de Zindah Jan.

Seguiram-se quatro réplicas consecutivas de 5,5; 4,7; 6,3; e 5,9, respetivamente, no espaço de uma hora. O país asiático está situado na cadeia montanhosa do Hindu Kush (uma zona de grande atividade sísmica), sendo deste modo bastante vulnerável a desastres naturais.

Um balanço feito no próprio sábado pelo porta-voz do Ministério da Informação, Abdul Wahid Rayan, de conta de seis aldeias destruídas e centenas de civis soterrados sob os escombros.

Este é o terceiro terramoto mais mortal desde 1998 no Afeganistão e a pior catástrofe que os talibãs tiveram de enfrentar desde que assumiram o controlo do país, em agosto de 2021, sem acesso ao sistema financeiro e às reservas internacionais.