O
cenário era inusitado. Dois homens caminhavam através do deserto e olhavam atentamente em redor, analisavam a topografia e tiravam apontamentos, indiferentes aos outros que os observavam a uma curta distância. Conhecido como Jornada del Muerto, aquele lugar era inóspito e vazio de humanidade, e era exatamente aquilo que procuravam. Um dos dois era Oppenheimer, o chefe do Projeto Manhattan que ficaria para a história como o “pai da bomba atómica”, e ao seu lado estava um militar de porte marcial com quem ia trocando impressões. Era o temido chefe de informações que controlava a segurança das instalações em Los Alamos, o capitão Peer de Silva, um lusodescendente destinado a ter um papel destacado na história da bomba atómica e um futuro feito de aventuras ao serviço da CIA. Mas a sua história começa muito antes, num Portugal empobrecido de onde vagas de portugueses partiam em busca de uma vida melhor.