Myroslav Logvynov, soldado; Badri Lolashvili, tenente; Ostap Levchuk, tenente; Bohdan Leshchyshyn, tenente-coronel. Em Moshchun ecoa entre as árvores o nome dos militares mortos a defender a que é conhecida como a aldeia que os russos não conseguiram domar. Uma coluna de som debita, numa repetição constante, o nome e a patente dos que tombaram: todo o dia, do nascer ao pôr do sol. Nos troncos das árvores estão afixadas fotos de alguns. Dois homens de cabeça baixa guardam o espaço. Vestem vyshyvanka, camisas de algodão bordadas com formas geométricas à volta da gola, peça essencial do traje nacional ucraniano. Um pouco à frente, Marcelo Rebelo de Sousa ouve da vice-governadora de Kiev, Lesya Arkadievna, a história da batalha de Moshchun.
Naquelas trincheiras, os defensores da Ucrânia foram capazes de se defender contra um rival muito mais poderoso, vedando ao invasor o acesso ao centro do poder. “É possível haver grande disparidade de meios e, ainda assim, grande força anímica para a resistência”, disse Marcelo. “Os miúdos já sabem como se hão de defender, onde ficam os bunkers, aprenderam a lição e isso dá confiança acrescida, resistiram num tempo em que parecia impossível resistir e estão com grande confiança em relação ao presente e ao futuro”, acrescentou.