Taiwan é vista como uma das regiões mais progressistas da Ásia, mas essa não é a imagem que tem sido associada à ilha nas últimas semanas. As vulnerabilidades em termos de igualdade de género — que nas métricas oficiais surge como caso de sucesso — estão a tornar-se públicas. Surgiu uma onda de denúncias de assédio sexual que começaram por implicar figuras políticas, para depois se alargarem a outras esferas sociais, do entretenimento à academia.
Em Taiwan o gatilho para o movimento #MeToo, que começou a ganhar tração nos Estados Unidos há cerca de seis anos, foi uma série da Netflix que mostra os bastidores de uma campanha presidencial e a vida de membros da respetiva equipa. Quando uma funcionária de um partido é alvo de assédio sexual, a sua superior promete apoiá-la: “Não vamos esquecer isto, está bem? Muitas coisas não podem ser esquecidas. Se fizeres isso, vais morrer lentamente”. A fala é ficcional, mas as questões levantadas pela série “Wave Makers” ecoaram na sociedade e dezenas de pessoas já expuseram acusações de assédio.
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