Doñana, joia das zonas pantanosas ibéricas e dos parques nacionais espanhóis, está a morrer. As lagoas encolheram para metade e o grande pântano, vital para milhares de espécies, desaparecerá, salvo atuação urgente, explica ao Expresso uma das pessoas que melhor conhecem este santuário ambiental único na Europa, com 130 mil hectares, repartidos pelas províncias de Sevilha, Cádis e, sobretudo, Huelva.
Pioneiro na biologia de campo, Javier Castroviejo dirigiu a Estação Biológica (1975-88) e participou na redação das leis que protegem um espaço natural gerido pelo Governo Regional da Andaluzia desde 2006. “Não deveria surpreender-me, pois sempre se agiu de forma impune, violando normativas, tanto espanholas como europeias. A intensificação da agricultura, a exploração turística nos limites do parque e a nefasta planificação do regadio causaram danos em todo o ecossistema, dificilmente reparáveis”, diz ao Expresso.