Nas comemorações dos 80 anos da revolta do gueto de Varsóvia, esta quarta-feira, as homenagens às vítimas e aos que fizeram frente aos nazis foram acompanhadas de referências à guerra da Ucrânia. “Posso ficar em silêncio quando assisto ao destino de Bucha?”, perguntou o historiador Marian Turski, nonagenário sobrevivente de Auschwitz. O Presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, acusou o homólogo russo Vladimir Putin de “violar os valores e destruir os fundamentos da arquitetura da segurança europeia”. Já o chefe de Estado polaco, Andrzej Duda, recordou que muitos dos heróis de 1943 eram filhos dos que tinham lutado contra a União Soviética em 1920, e voltaram a enfrentar a ditadura comunista após a II Guerra Mundial.
“O futuro não é só futuro e o passado não é só passado”, conclui Magdalena Gawin, presidente do Instituto Pilecki, em Varsóvia, dedicado a preservar a memória do Holocausto para evitar que se repita. Os seus arquivos incluem mais de 13 mil testemunhos recolhidos entre 1944 e os nossos dias, num total de 26 mil documentos que extravasam três milhões de páginas.