A sabotagem dos gasodutos Nord Stream 1 e 2, em setembro do ano passado, terá sido feita por uma equipa de mergulhadores que usou um pequeno iate fretado chamado “Andromeda”, segundo uma investigação da revista alemã “Der Spiegel”.
O bombardeamento terá sido feito por uma tripulação de seis pessoas, que conduziram o iate de 15 metros até à ilha dinamarquesa de Christiansø, no mar Báltico – perto do local onde ocorreram as explosões dos gasodutos, a 26 de setembro.
A “Der Spiegel” traça a rota feita pelo “Andromeda” durante 20 dias, desde a Alemanha até à Dinamarca. Avança que a tripulação que fretou o iate era composta por cinco homens e uma mulher, e uma das pessoas tinha passaporte búlgaro falsificado.
Estavam vestidos como “marinheiros normais” e falavam uma língua que “soava a polaco ou checo”, indica a ainda publicação alemã, citando um capitão de porto da ilha alemã de Rügen (não identificado).
Como é que a equipa de mergulhadores conseguiu transportar todos os engenhos explosivos – extremamente pesados – num iate de apenas 15 metros? Esta é a dúvida que a teoria levanta, o que leva a crer que poderá ter sido utilizada outra embarcação.
Ucrânia e Rússia negaram teoria do “New York Times”
No início desta semana, o jornal “New York Times” sugeriu, com base em informações dos serviços secretos norte-americanos, que quem estava por trás da sabotagem dos Nord Stream 1 e 2 era um “grupo pró-ucraniano”, “opositor do Presidente russo, Vladimir Putin”.
Kiev veio logo negar qualquer envolvimento. “Embora eu goste de recolher divertidas teorias de conspiração sobre o Governo ucraniano, devo dizer que a Ucrânia nada tem a ver com o acidente no mar Báltico e não tem informações sobre grupos pró-ucranianos”, afirmou Mykhailo Podolyak, o principal conselheiro do Presidente ucraniano.
A Rússia também rejeitou esta teoria e falou numa “manobra de diversão”. “É evidente que os autores do ataque querem desviar as atenções. É evidente que se trata de uma manobra mediática coordenada”, disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov.
Já o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, advertiu que ainda não foram identificados os autores responsáveis pela sabotagem. “Há investigações nacionais em curso e penso que é correto esperar que estas sejam concluídas antes de dizermos mais alguma coisa sobre quem esteve por trás”, disse.