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Com 11 suicídios por dia, o alarme soa em Espanha

O problema torna-se mais premente na adolescência, associado ao bullying na escola. Pandemia agravou causas, no país que mais ansiolíticos consome

Getty Images

Eram duas irmãs gémeas de 12 anos, Alana e Leila. De origem argentina, viviam em Espanha há poucos anos, desde que os pais decidiram partir em busca de vida melhor. Moravam em Sallent, localidade de 7000 habitantes na província de Barcelona.

A sua vida estava condicionada por múltiplas situações adversas. Alana identificava-se como rapaz, pedia que lhe chamassem Iván. Estava prestes a iniciar um processo de reatribuição de sexo. Na escola gozavam com o seu sotaque argentino, das suas questões de género e de que não falasse catalão correto. Os pais davam-se mal, a situação económica da família era muito precária. O caso estava sob a vigilância dos serviços sociais da povoação.

Há umas semanas, por mútuo acordo, as duas irmãs concluíram que a melhor solução para os seus problemas era saíram do caminho. Cada uma escreveu uma carta a explicar as suas angústias, levaram duas cadeiras para a varanda da sua casa e saltaram para o vazio. Iván morreu no ato, Leila recupera no hospital de graves ferimentos, que lhe deixarão sequelas físicas, além das evidentes marcas psicológicas.