Xinjiang é assunto sensível. No final de agosto um relatório das Nações Unidas referia possíveis crimes contra a Humanidade naquela região autónoma chinesa, confirmando alertas de organizações de defesa dos direitos humanos, mormente sobre a repressão da minoria muçulmana uigur. A ONU pede à comunidade internacional para agir — e com urgência — face a acusações de tortura e violência sexual. Pequim fala de “farsa” engendrada pelo Ocidente.
Não é fácil pisar o solo de Xinjiang. Pouco depois da divulgação do relatório, o regime autoritário chinês convidou para uma visita à região um grupo de jornalistas de Macau que trabalham para meios de comunicação em língua portuguesa e inglesa. Quase nenhum publicou reportagens sobre a viagem, mas vários participaram em vídeos do Governo chinês a elogiar o desenvolvimento de Xinjiang. Sobre os uigures, nem uma palavra.