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Partygate. Boris Johnson insiste que festas de copo no ar eram reuniões de trabalho

O primeiro-ministro britânico assegurou que não estava a par dos excessos denunciados relativos às festas realizadas na sua residência oficial à revelia das regras covid em vigor. E recusa demitir-se

Boris Johnson acredita que era seu dever, enquanto líder, estar nas festas de despedida de funcionários de Downing Street
Leon Neal / Getty Images

Festas com dezenas de comensais até às 4 da manhã, álcool consumido com frequência, vinho a escorrer pelas paredes, pessoas a vomitarem, uma altercação a requerer intervenção, maus-tratos a pessoal da segurança e da limpeza. O relatório publicado quarta-feira pela funcionária Sue Gray é taxativo: “O que aconteceu em muitos destes encontros e a forma como decorreram não está em linha com as regras da covid então em vigor.” A encarregada de investigar os ajuntamentos ilegais na residência do primeiro-ministro britânico acrescenta que “a alta liderança central, política e oficial, deve assumir responsabilidade por essa cultura”.

Boris Johnson assegurou que a assumia plenamente, mas afastou a hipótese de se demitir — como exigem as forças da oposição em bloco e alguns deputados do Partido Conservador — e foi mais enfático nas justificações do que no pedido de desculpas que fez ao país. Se Gray aponta como dever de um líder dar o exemplo, o chefe do Executivo acredita que era seu dever enquanto líder ir a festas de despedida de funcionários que deixaram Downing Street, ainda que em violação das leis que ele próprio impusera ao Reino Unido. “Era apropriado reconhecer o seu trabalho e agradecer-lho.”