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"Depois de falar com Zelensky, Guterres vai outra vez remeter-se ao silêncio, ou ser mais afirmativo?”

Sob críticas, António Guterres foi a Moscovo dizer a Putin que a violação da integridade territorial de um país contraria a carta das Nações Unidas. O presidente da Sociedade Portuguesa de Direito Internacional diz que "foi importante", que não é "realista" pensar em Guterres como "mediador", mas acredita que o secretário-geral da ONU pode fazer mais

Tiksa Negeri/Reuters

Cerca de dois meses depois da ofensiva russa contra a Ucrânia, António Guterres deslocou-se a Moscovo num papel que assumiu como sendo de “mensageiro da paz” e com a missão de reduzir sofrimento humano. Ao final do dia, anunciava-se que “em princípio” Putin aceitava a intervenção das Nações Unidas e da Cruz Vermelha Internacional na evacuação de civis de Mariupol. Mas a guerra continua.

“Isto que ele fez na terça-feira, se tivesse feito há dois meses ou no início do conflito, teria tido um impacto grande”, diz Manuel de Almeida Ribeiro. O presidente da Sociedade Portuguesa de Direito Internacional (SPDI) aponta vantagens à mobilização do secretário-geral da ONU. “A intervenção que ele teve ontem foi importante, no sentido em que foi a única pessoa que pôde ir a Moscovo a dizer - e isto aparecer nos meios de comunicação social, presumo que nos russos também - que de facto se tratava de uma invasão e de uma agressão”, comentou ao Expresso.