Dentro de um mês, a 10 e 24 de abril, o povo francês vai escolher um chefe de Estado, sem que na campanha se discuta a agenda nacional. Só se fala da guerra na Ucrânia. É mau para a democracia?
Acho normal que a guerra na Ucrânia se sobreponha a todos os outros assuntos. É gravíssimo, uma rutura da ordem internacional e europeia e uma agressão com custos humanos assustadores. Gera-se uma emoção muito forte, o contrário é que seria grave! É a prioridade das prioridades. O Presidente e os demais chefes de Estado e de Governo fazem todos os esforços por manter canais de diálogo com Vladimir Putin e, ainda que sem resultados por agora, é importante conservá-los. Só assim se alcançará um cessar-fogo, condição prévia a qualquer negociação. Ao mesmo tempo, há outros temas que continuam presentes.
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Entrevista à embaixadora de França em Portugal: “Não é fácil no meio da guerra, mas temos de projetar a Europa até 2050”
Florence Mangin é a máxima representante da República Francesa em Portugal desde há três anos. Uma entrevista pensada para balanço da presidência francesa da União Europeia (assunto sobre o qual poderá ler na edição semanal do Expresso a 18 de março de 2022) acabou, por força da atualidade, centrada na invasão da Ucrânia pela Rússia e no impacto que ela tem no projeto europeu e na ordem mundial. Para a diplomata, urge mais do que nunca pensar a Europa a longo prazo