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Extrema-direita estreia-se a governar em Espanha. Castela e Leão será incidente ou tendência?

Presidente do Partido Popular Europeu vê no acordo entre PP e Vox “uma capitulação”. Provável futuro líder do PP defendia afastamento da extrema-direita, mas rendeu-se ao pragmantismo

Juan García-Gallardo (Vox) e Alfonso Fernández Mañueco (PP) firmaram o pacto de governo de Castela e Leão em Valladolid
Claudia Alba/Europa Press/Getty Images

Pela primeira vez na história democrática de Espanha, um partido de extrema-direita vai assumir responsabilidades governativas. Passa-se isto na região de Castela e Leão, a mais vasta das 17 que o país tem, e também a mais despovoada. O Partido Popular (PP, centro-direita) e o Vox (extrema-direita), assinaram um pacto para dar a esta comunidade autónoma “um Governo sólido, estável e duradouro”, segundo os dirigentes das duas formações. Alfonso Fernández Mañueco (56 anos, PP), permanece como presidente da região e terá como vice Juan García Gallardo (31 anos, Vox).

O acordo, sem o qual as eleições regionais de 13 de fevereiro teriam de ser repetidas, atribui ao Vox a presidência do Parlamento regional e três pastas no Executivo castelhano-leonês. A extrema-direita elegeu 13 deputados e o PP 31, num total de 81. E assim o Vox substituiu o Cidadãos (Cs, centro-direita liberal) como parceiro de coligação. Confirma-se a tendência geral em todo o país de subida dos ultranacionalistas espanhóis. Se até agora viabilizavam governos do PP na Andaluzia, Madrid e Múrcia, passam a exercer o poder em nome próprio.