A cerimónia de tomada de posse do Presidente eleito de Cabo Verde, José Maria Neves, realiza-se às 12h desta terça-feira (10h em Portugal Continental) numa sessão especial na Assembleia Nacional, na Praia.
Cumprindo o intuito que expressara anteriormente, o novo Presidente convidou para a cerimónia os chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), além de várias personalidades nacionais e internacionais.
O Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, vai estar na tomada de posse na Praia depois de ter prontamente felicitado Neves quando foi anunciada a sua vitória, “certo da continuação das excelentes relações entre os dois países e os dois povos irmãos, e desejando-lhe as maiores felicidades no exercício de tão importante mandato”.
Eleito à primeira volta com 51,7% dos votos, José Maria Neves, 61 anos, atualmente professor universitário, regressa ao poder em Cabo Verde, agora como chefe de Estado. Antes foi primeiro-ministro da nação insular pelo PAICV, Partido Africano para a Independência de Cabo Verde, de 2001 a 2016, depois de ter desempenhado funções de ministro, deputado à Assembleia Nacional e presidente da Câmara Municipal de Santa Catarina.
José Maria Neves toma posse esta terça-feira como quinto Presidente de Cabo Verde, tomando o lugar de Jorge Carlos Fonseca, que cumpriu dois mandatos. Ao longo da campanha eleitoral, José Maria Neves expressou repetidamente o desejo de querer ser o Presidente do consenso, para todos os cabo-verdianos, e de trabalhar para a despartidarização da sociedade.
“Dar estabilidade à governação”
O Presidente eleito será empossado em sessão especial na Assembleia Nacional, Praia, passando a coabitar com o Governo liderado por Ulisses Correia e Silva, que ganhou as eleições, em 2016, pelo Movimento para a Democracia (MpD), vencendo José Maria Neves, então primeiro-ministro.
Outra das prioridades expressas pelo novo chefe de Estado é dar estabilidade à governação do país, não pretendendo ser, por isso, uma força de bloqueio ao Governo, a quem reconhece caber a tarefa de governar.
“O essencial é trabalhar para todos. Serei um Presidente aberto a todas as sensibilidades políticas e sociais. Um Presidente que dialogar com o Governo, fará as atualizações necessárias, será um fator de construção de consensos e procurará mobilizar toda a nação global cabo verdiana, nas ilhas e na diáspora, para que todos unidos possamos fazer face aos desafios com que Cabo Verde se confronta neste momento”, afirmou em entrevista à agência Lusa.
Segundo notícia do jornal cabo-verdiano “O Expresso das Ilhas”, José Maria Neves encontrou-se segunda-feira com o Presidente cessante, Jorge Carlos Fonseca, para a passagem dos dossiês: “Uma passagem tranquila, muito serena, o que demonstra também a grande maturidade da democracia cabo-verdiana. Esses momentos são extraordinariamente importantes porque revelam que a democracia cabo-verdiana já é irreversível, já é um costume, como diz Norberto Bobbio”, descreveu.