Em declarações à cadeia de televisão TV2, na quarta-feira, Trine Bramsen disse que havia cerca de 90 pessoas - além dos últimos soldados e diplomatas enviados para ajudar a retirar cidadãos - no último voo que deixou a capital do Afeganistão.
O Governo britânico afirmou, por seu lado, que há muitas pessoas que esperam deixar o Afeganistão fora do aeroporto de Cabul, apesar dos avisos para abandonarem o local, devido ao risco de um ataque suicida.
Os Estados Unidos, a Austrália e a Inglaterra disseram aos seus cidadãos para deixarem imediatamente a área. O aviso surgiu depois de o Presidente norte-americano, Joe Biden, ter advertido para a ameaça de ataques por militantes ligados ao grupo auto-denominado Estado Islâmico.
O ministro britânico com a tutela das Forças Armadas, James Heappey, declarou esta quinta-feira à BBC haver "informações muito, muito credíveis de um ataque iminente" ao aeroporto.
Heappey admitiu que "as pessoas estão desesperadas para partir", acrescentando que a informação sobre esta ameaça é "mesmo muito credível" e uma real possibilidade.
O primeiro-ministro francês afirmou hoje que o país não estará mais em condições de retirar pessoas do aeroporto de Cabul depois de sexta-feira à noite. Jean Castex disse à rádio francesa RTL: "A partir de amanhã à noite, não estaremos em condições de retirar pessoas do aeroporto de Cabul".
O anúncio de Castex surge quando se aproxima 31 de agosto, a data limite de saída para os EUA e aliados ocidentais.
Milhares de pessoas têm tentado fugir da tomada do poder no Afeganistão pelos talibã, muitos através do aeroporto internacional de Cabul.
Mais de 2.000 afegãos e centenas de franceses foram retirados por França desde o início da operação, na semana passada.
A tomada da capital pôs fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos aliados na NATO, incluindo Portugal.