Internacional

Afeganistão: Dinamarca avisa que já não é seguro voar para Cabul

O ministro da Defesa da Dinamarca avisou que já não é seguro voar de e para Cabul, a capital do Afeganistão tomada pelos talibã.

As forças norte-americanas estão encarregues de manter a ordem no aeroporto Ahmid Karzai
Staff Sgt. Victor Mancilla/ US Central Command Public Affairs/EPA HO

Em declarações à cadeia de televisão TV2, na quarta-feira, Trine Bramsen disse que havia cerca de 90 pessoas - além dos últimos soldados e diplomatas enviados para ajudar a retirar cidadãos - no último voo que deixou a capital do Afeganistão.

O Governo britânico afirmou, por seu lado, que há muitas pessoas que esperam deixar o Afeganistão fora do aeroporto de Cabul, apesar dos avisos para abandonarem o local, devido ao risco de um ataque suicida.

Os Estados Unidos, a Austrália e a Inglaterra disseram aos seus cidadãos para deixarem imediatamente a área. O aviso surgiu depois de o Presidente norte-americano, Joe Biden, ter advertido para a ameaça de ataques por militantes ligados ao grupo auto-denominado Estado Islâmico.

O ministro britânico com a tutela das Forças Armadas, James Heappey, declarou esta quinta-feira à BBC haver "informações muito, muito credíveis de um ataque iminente" ao aeroporto.

Heappey admitiu que "as pessoas estão desesperadas para partir", acrescentando que a informação sobre esta ameaça é "mesmo muito credível" e uma real possibilidade.

O primeiro-ministro francês afirmou hoje que o país não estará mais em condições de retirar pessoas do aeroporto de Cabul depois de sexta-feira à noite. Jean Castex disse à rádio francesa RTL: "A partir de amanhã à noite, não estaremos em condições de retirar pessoas do aeroporto de Cabul".

O anúncio de Castex surge quando se aproxima 31 de agosto, a data limite de saída para os EUA e aliados ocidentais.

Milhares de pessoas têm tentado fugir da tomada do poder no Afeganistão pelos talibã, muitos através do aeroporto internacional de Cabul.

Mais de 2.000 afegãos e centenas de franceses foram retirados por França desde o início da operação, na semana passada.

A tomada da capital pôs fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos aliados na NATO, incluindo Portugal.