Em conferência de imprensa citada pela agência AP, Blinken disse que o Departamento de Estado, equivalente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros nos governos europeus, estima que havia cerca de 6 mil norte-americanos que queriam sair do Afeganistão quando começou a retirada, a 14 de agosto, dos quais 4.500 já terão saído.
A estimativa de 1.500 norte-americanos ainda no Afeganistão é a primeira feita publicamente pelo Departamento de Estado sobre quantos cidadãos queriam sair do país quando os talibãs reconquistaram o poder.
"Alguns estão, compreensivelmente, muito assustados", disse o governante durante a conferância de imprensa.
Cerca de 500 norte-americanos foram informados sobre quando e como deveriam ir para o caótico aeroporto militar de Cabul, e outros 1.000 estão a ser contactados para se confirmar se ainda querem sair, mas Blinken vincou que, destes, muitos podem já ter saído e o número dos que estão "ativamente a procurar ajuda" para sair do Afeganistão é "significativamente menor".
Para Antony Blinken, o limite de 31 de agosto, a próxima terça-feira, para a saída dos EUA do Afeganistão não se aplica aos "afegãos vulneráveis", os cidadãos que ajudaram os EUA durante a sua presença nos últimos 20 anos.
"Não há prazo limite para o nosso trabalho de ajudar os norter-americanos a saírem, se decidirem, e também não há para os muitos afegãos que nos apoiaram ao longo destes muitos anos que querem sair e não conseguiram fazê-lo; esse esforço vai continuar, todos os dias, depois de 31 de agosto", prometeu.
Depois da retirada da embaixada norte-americana, o pessoal está a trabalhar no aeroporto, procurando processar todos os pedidos dos norte-americanos e dos afegãos.
No entanto, os grupos de apoio aos refugiados descrevem uma situação diferente, com o processo desorganizado e displicente no que diz respeito aos afegãos que procuram entrar no aeroporto com documentos válidos, e que são bloqueados pelos militares norte-americanos que guardam o único ponto de saída do país.