Na sua última carta enquanto presidente executivo da Amazon, dirigida aos acionistas da empresa, Jeff Bezos negou que os funcionários sejam “tratados como robôs”, conforme alegaram alguns trabalhadores e críticos da empresa. Segundo ele, “são permitidas pausas informais entre turnos para esticar as pernas, beber água, descansar e falar com superiores hierárquicos”.
“Não estabelecemos metas de desempenho que não sejam razoáveis”, disse também, acrescentando que a Amazon “se destacou por aumentar o salário mínimo para 15 dólares por hora há dois anos e meio”.
Admitiu, porém, que a empresa tem de “tratar melhor” os seus funcionários, e que não é o facto de a proposta para a criação de um sindicato, apresentada há tempos por trabalhadores de um armazém da empresa em Bessemer, no Alabama, não ter avançado que o deixa “mais confortável”. “Acho que temos de tratar melhor os nossos funcionários. Embora tenhamos uma boa relação com eles, parece-me claro que precisamos de perceber melhor o que os faz sentirem-se valorizados.”
Recentemente, os trabalhadores de um armazém da Amazon em Bessemer, no Alabama, Estados Unidos da América, votaram contra a criação do seu primeiro sindicato, oferecendo uma vitória à empresa, que se opõe à criação destas estruturas laborais. A proposta havia sido apresentada por alguns funcionários e apoiada por uma estrutura sindical já existente, o Retail, Wholesale and Department Store. Segundo as contas então feitas pela Associated Press, cerca de 53% dos 6 mil trabalhadores da fábrica votaram, com 1.798 votos contra e 738 votaram a favor. Foram considerados nulos 505 votos, “não em número suficiente para afetar os resultados das eleições”, apontou a National Labor Relations Board, a agência governamental norte-americana que supervisionou o processo
A Amazon é a segunda maior empregadora nos Estados Unidos da América, atrás da cadeia de supermercados Walmart. Tem 950 mil funcionários, sendo que a maioria trabalha em armazéns que têm sido criticados pelas suas fracas condições laborais.
Jeff Bezos está prestes a deixar a liderança da gigante tecnológica e será substituído no cargo de presidente executivo por Andy Jassy, que trabalha na Amazon há mais de 20 anos e lidera o negócio de “cloud” da empresa. Assumirá as novas funções a partir do verão.