Internacional

Morreu médico russo que assistiu Navalny após envenenamento

Sergey Maximishin tinha 55 anos e morreu subitamente, informou o Hospital de Urgências de Omsk. Causa da morte não foi avançada

SERGEI ILNITSKY/EPA

Morreu um médico do hospital russo onde o líder da oposição Alexei Navalny foi assistido após ter sido envenenado no verão passado. Sergey Maximishin tinha 55 anos e morreu subitamente, informou o Hospital de Urgências de Omsk esta quinta-feira.

A causa de morte do diretor-adjunto da unidade de anestesiologia e reanimação deste hospital não foi avançada.

Navalny foi admitido na unidade de envenenamento no dia 20 de agosto de 2020, depois de se ter sentido mal no avião em que seguia da Sibéria para Moscovo. O aparelho fez uma aterragem de emergência em Omsk e o opositor do Governo russo foi colocado em coma induzido e posteriormente transferido para a capital alemã, Berlim, onde passou cinco meses até recuperar do envenenamento por exposição ao composto Novichok.

Durante o período em que Navalny permaneceu internado no hospital russo, Maximishin – que era um dos profissionais mais experientes da instituição - não prestou qualquer declaração à imprensa.

Leonid Volkov, que dirige a equipa de Alexei Navalny, confirmou à CNN que o médico esteve encarregado de tratar do líder da oposição, acompanhando “especificamente o coma induzido”.

“Sabia mais do que ninguém sobre o estado de Alexei, por isso não posso descartar a possibilidade de ter sido um ato criminoso”, disse ainda Volkov, reconhecendo no entanto que “o sistema de saúde da Rússia é muito precário”, não sendo “incomum que médicos da sua idade morram repentinamente”.

“Duvido que haja alguma investigação sobre a sua morte”, concluiu.

Navalny culpou os serviços de segurança russos e o próprio Presidente Vladimir Putin pelo seu envenenamento, acusações negadas rapidamente pelo Kremlin. Após voltar à Rússia, foi condenado a uma pena de prisão, esta semana, por violar os termos de liberdade condicional de uma sentença anterior.