Um homem chamado Adolf Hitler, de apelido Uunona, foi eleito vereador do círculo eleitoral de Ompundja, na região de Oshana, na Namíbia. Com 85% dos votos, a vitória não deixou dúvidas, mas os dois primeiros nomes do vencedor levaram-no às páginas do diário alemão “Bild”, onde Hitler teve de explicar que não vem para “lutar pela dominação do mundo” e não tem planos de “conquistar” a região.
Na verdade, apesar da óbvia ligação ao ditador alemão, Adolf Hitler Uunona não tem sequer a certeza de que o pai, que foi quem lhe deu o nome, soubesse de quem se tratava o líder do partido nazi. “Ele provavelmente não entendia o que Adolf Hitler representava”, contou ao "Bild". Durante a infância, os nomes próprios de Uunona nunca foram objeto de estranheza. Só mais tarde percebeu a história do homónimo. “Não tenho nada a ver com nenhuma dessas coisas.”
Hitler explica que é “demasiado tarde” para pensar em mudar de nome, todos os documentos oficiais, toda a identidade que construiu em 66 anos de vida — o namíbio nasceu em 1954, já depois do fim da II Guerra Mundial e da morte do outro Hitler, que nasceu na Áustria e morreu na Alemanha. Além disso, o nome Adolf é comum no país, antiga colónia germânica, ainda repleta de marcas não só nas pessoas como nas toponímias, desse passado.
Certo é que, possivelmente para fugir a confusões, as listas oficiais de candidatos ocultavam o segundo nome, deixando escrito “Adolf H. Uunona”. No entanto, na página onde se apresentam os resultados, lá vem o nome completo:
Essa chegada ao Twitter colocou, aliás, o nome no topo das tendências na rede social em algumas regiões.
Adolf Hitler Uunona foi eleito pelo Swapo, partido de centro-esquerda que surgiu do movimento independentista da Namíbia e que governa o país desde 1990.