Internacional

EUA planeiam vender armamento a Taiwan. Pequim ameaça com resposta “legítima e necessária”

Casa Branca já informou o Congresso da intenção de fornecer três pacotes de equipamento militar a Taiwan. Só na última década os Estados Unidos encaixaram 20 mil milhões de dólares com armamento vendido a Taiwan

HENNY RAY ABRAMS / GETTY IMAGES

A tensão entre a República Popular da China e Taiwan — dois países que reclamam ser um só e disputam a soberania um sobre o outro — escalou nos últimos dias, depois de Pequim ter acusado de espionagem vários cidadãos da pequena ilha separatista.

O clima aquece ainda mais num momento em que os Estados Unidos planeiam vender três pacotes de armamento militar a Taipei, intenção que a Casa Branca já fez chegar ao Congresso, o que levou esta terça-feira a China a disparar o aviso aos EUA.

Em conferência de imprensa, o vice-diretor do Departamento de Informação do Ministério de Relações Exteriores da China assegurou que, caso as vendas sejam aprovadas, Pequim irá ripostar com uma resposta “legítima e necessária”. Ainda de acordo com Zhao Lijian, os Estados Unidos devem travar qualquer tipo de fornecimento militar a Taipei.

O que está em causa é o fornecimento norte-americano a Taiwan de um sistema de mísseis de médio alcance, além de mísseis terra-ar e sensores para caças F-16.

O mandato de Donald Trump começou com tentativas de aproximação ao executivo chinês de Xi Jinping, mas isso não impediu que a venda de armamento a Taiwan — do qual os EUA são o principal aliado — se intensificasse.

Só na última década os Estados Unidos encaixaram 20 mil milhões de dólares com armamento vendido a Taiwan.

Durante este verão, Washington rubricou um acordo, no valor de 620 milhões de dólares para a modernização dos mísseis Patriots do governo de Taipei, o que levou a China a responder com o anúncio de sanções aplicadas à fabricante norte-americana de produtos aeroespaciais Lockheed Martin.

As relações entre Pequim e Tapei fragilizaram-se ainda mais desde 2016, aquando da chegada ao poder da presidente Tsai-Ing-wen, reeleita em janeiro deste ano.

A governante tem mantido uma política de distanciamento em relação à República Popular da China e optou por fortalecer o vínculo diplomático com os Estados Unidos, ao mesmo tempo que os laços entre Pequim e Washington se deterioraram.

Nos últimos dois meses, a Casa Branca enviou dois secretários de estado a Taiwan, algo que já não acontecia há 40 anos, num momento em que a China intensificou os exercícios militares nas proximidades da ilha.