Exclusivo

Internacional

Eleições nos EUA. Mentiras e insinuações até à vitória final

Um “tropeção” de linguagem denunciado pode comprometer o voto dos militares e da base de Trump

Manifestantes a favor e contra Donald Trump confrontam-se em Kenosha, Wisconsin. A campanha não tem sido isenta de incidentes
TANNEN MAURY/EPA

Que animal diria tal coisa?”, gritava Donald Trump, mais alto do que o barulho do motor do Air Force One, no regresso de uma ação de campanha, quinta-feira à noite. Dirigia-se à pool de jornalistas que o segue e aguardava na área que lhes está reservada no percurso até à escada do avião.

“Se alguém disse tal coisa, é baixo e mentiroso”, insistiu, tentando livrar-se de um embaraço que pode custar-lhe um bom número de votos nas eleições. Independentemente da eficácia das acusações disparadas por Trump contra tudo e todos nos últimos dias, a revista “The Atlantic” conseguiu irritá-lo ao trazer a lume um assunto sustentado por quatro testemunhas em primeira mão, segundo as quais o POTUS (President of the United States) chamou “derrotados” e “imbecis” (losers e suckers, no original) aos soldados americanos mortos em combate. No mesmo ano, pediu à sua equipa para não incluir numa parada militar veteranos que tivessem ficado com marcas da guerra, argumentando que os espectadores se sentiriam desconfortáveis.