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Trump mostra o músculo: reportagem em Portland, onde as manifestações contra o racismo não esmorecem

Agentes federais supostamente anónimos, transportando-se em carros sem matrícula, “sequestram” manifestantes em Portland. A alegação de “policiamento ilegal” parte das autoridades da cidade, que acusam os indivíduos de se comportarem como uma milícia ao serviço do chefe de Estado, autodesignado “candidato da lei e ordem” em ano de eleições

Manifestações do movimento Black Lives Matter em Portland, em julho de 2020
CAITLIN OCHS

“Perfume” a canábis, som de batuques a acompanhar o cântico “Black Lives Matter” e buzinões espontâneos marcam os protestos na baixa de Portland, estado de Oregon. Os carros que passam estão forrados com vários dísticos. “Corte-se o financiamento da polícia” (“Defund the police”) é a frase predileta.

Inspirados pelo movimento “Occupy Wall Street”, que em 2011, na cidade de Nova Iorque, se insurgiu contra a indústria financeira, multiplicam-se acampamentos. Contudo, a ver pelas barraquinhas de “Riot Ribs” (entrecosto da revolução) e “People´s Pasta” (massa do povo), existe desta vez maior cuidado com o estômago de quem se manifesta - há uma década a ementa compunha-se de doações avulsas de restaurantes.

“Ninguém é mais escravo do que aqueles que falsamente acreditam que são livres”, lê-se num cartaz, uma máxima de Johann Goethe que também fora ressuscitada pelo “Occupy”.