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Insegurança alimentar e pobreza podem disparar com o avanço da covid-19

Países desenvolvidos e subdesenvolvidos correm o risco de ver comprometido pela pandemia o fornecimento de alimentos essenciais. Os stocks são adequados por agora, mas começa a haver engarrafamentos na distribuição, enquanto a sombra do protecionismo paira sobre limites impostos às exportações. Más notícias para quem já vive no limiar da má-nutrição
Distribuição de alimentos durante a pandemia num subúrbio de Joanesburgo, África do Sul
KIM LUDBROOK/EPA

“Só é preciso um azar a meio do percurso e tudo muda radicalmente.” Esta é a convicção de Abdolreza Abbassian, economista sénior da FAO — Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura —, que partilhou com o Expresso, a partir da sede da organização em Roma, argumentos sobre a vulnerabilidade das cadeias globais de produção e fornecimento de alimentos em tempo de pandemia.

A possibilidade de contágio por coronavírus ainda está para durar e a quantidade de países que optou pelo encerramento das suas fronteiras é inédita. Por agora há alimentos que cheguem para todos. “Os stocks são adequados às necessidades”, garante Abbassian, os preços mantêm-se baixos devido ao abrandamento económico, mas os desequilíbrios não precisam de ser de grande monta para darem origem a pânico.