O exército sírio encontrou uma vala comum com 70 cadáveres de civis e militares, a maioria executados algemados, em Ghouta Oriental, antigo feudo rebelde nos arredores de Damasco, noticiou esta segunda-feira a agência estatal SANA.
O chefe da subdivisão da Polícia Militar em Damasco, general Mohammad Mansour, disse à SANA que as mortes ocorreram entre 2012 e 2014.
A vala comum localiza-se na zona rural de Al Eib, a sudeste da cidade de Douma, a maior de Ghouta Oriental.
O exército sírio recuperou o controlo de Ghouta Oriental, com o apoio da Rússia, em abril de 2018, depois de um cerco de cinco anos, "o mais longo da história moderna", segundo a comissão internacional de investigação da ONU para a Síria.
Os rebeldes e jiadistas que controlavam a zona aceitaram "acordos de reconciliação", com mediação russa, e foram transportados para o noroeste da Síria, maioritariamente para a província de Idlib, atualmente o último bastião dos que resistem ao regime de Bashar al-Assad.
Mansour indicou que a recuperação dos corpos decorrerá ao longo do dia e que serão transportados para o hospital militar de Tishreen.
Ayman Khallou, médico forense daquele hospital militar, disse à SANA que a maioria dos cadáveres tinha sinais de execução "por disparos na cabeça" e que dois já foram identificados.
Desencadeada em 2011, a guerra na Síria já causou mais de 380.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados.