Internacional

Putin propõe diretor da Autoridade Tributária para primeiro-ministro da Rússia

Mikhail Mishustin é o nome escolhido para a sucessão de Medvedev. Terá de ser ratificado pelo Parlamento

Mikhail Mishustin, diretor da Autoridade Tributária Federal russa, no encontro em que o Presidente Vladimir Putin o nomeou para primeiro-ministro
ALEXEY NIKOLSKY / SPUTNIK / KREMLIN POOL

Mikhail Mishustin, diretor-geral da Autoridade Tributária Federal russa, é o nome proposto por Vladimir Putin para o cargo de primeiro-ministro, após a renúncia, esta quarta-feira, de Dmitri Medvedev. A notícia é avançada pela CNN, que cita a agência de notícias estatal russa RIA Novosti.

"O Presidente Vladimir Putin efetuou uma reunião de trabalho com Mikhail Mishustin e convidou-o para o lugar de primeiro-ministro. Com o seu consentimento, ele submeteu a candidatura de Mishustin à consideração da Duma [a câmara baixa da Assembleia do país]”, revelou o serviço de imprensa do Kremlin

A renúncia de Medvedev aconteceu momentos depois do discurso de Vladimir Putin sobre o estado da nação, em que o Presidente propôs a realização de um referendo sobre reformas da Constituição para reforçar os poderes do primeiro-ministro e do Parlamento.

Desde logo, existiria uma limitação de dois mandatos, quando o próprio Putin cumpriu quatro. Uma das emendas sugeridas à Constituição põe os deputados a nomear o primeiro-ministro e os membros do executivo, direito que pertence agora ao chefe de Estado.

"Considero necessário submeter ao voto dos cidadãos do país o conjunto das revisões da Constituição propostas", disse Vladimir Putin no seu discurso anual ao parlamento e às elites políticas, sem adiantar quaisquer datas. Em 2018, o homem que dirige o sistema político do país há 20 anos venceu as presidenciais com mais de 76% dos votos e cumpre um mandato de seis anos, que termina em 2024.

Entre as propostas de alterações estão ainda o reforço dos poderes dos governadores regionais, a proibição dos membros do governo e dos juízes de obterem residência no estrangeiro e a obrigação de os candidatos à Presidência terem vivido nos últimos 25 anos na Rússia.

Os analistas olham para esta proposta presidencial como um esforço de Putin para conquistar uma nova posição de poder, permitindo-lhe permanecer no comando do Estado após o seu mandato atual, que termina em 2024, como primeiro-ministro (um cargo que já ocupou entre 2008 e 2012) ou no Conselho de Estado.

[Em atualização]