Um antigo agente da CIA, Jerry Chun Shing Lee, foi condenado a 19 anos de prisão por espionagem a favor da China. Ex- militar naturalizado norte-americano, Jerry Lee entrou em 1994 na Agência Central de Informações (CIA), de onde saiu em 2007, para se instalar em Hong Kong.

Segundo um comunicado do Departamento de Justiça, agentes dos serviços de informações chineses abordaram-no três anos depois, quando propuseram dar-lhe uma importante soma de dinheiro e “cuidar dele para o resto da vida em troca da sua colaboração”.

Detido em janeiro de 2018

Os agentes da polícia federal americana descobriram, em 2012, na bagagem de Lee cadernos com nomes, contactos e outras informações sobre agentes e informadores da CIA, bem como moradas de casas de apoio clandestinas.

Mas, o agente só foi preso seis anos depois, em janeiro de 2018, sem que as autoridades tenham explicado por que tinha sido preciso tanto tempo antes de ter sido acusado.

“O senhor Lee traiu o seu país por cupidez e colocou os seus antigos colegas em perigo. A sua pena de hoje está à altura da gravidade da traição e do seu crime”, declarou na sexta-feira Timothy Slater, um dirigente do FBI.

Este caso pode estar associado à destruição repentina da rede da CIA na China entre 2010 e 2012.

Terceira condenação em 2019

Em 2017, o New York Times relatara que os chineses tinham matado neste período “pelo menos uma dezena” de informadores da CIA na China e detido outros seis.

Lee é o terceiro norte-americano condenado este ano por espionagem em benefício de Pequim. Nos casos anteriores, as penas tinham sido de 20 e 10 anos de prisão.

Estes julgamentos, segundo o secretário adjunto da Justiça, John Demers, “devem enviar uma mensagem forte” aos agentes dos serviços de informações norte-americanos, atuais ou passados: “Estejam conscientes de que estão a ser visados pelo Governo chinês e se vocês nos traírem, a justiça vai fazer-vos pagar o preço”.