Os bancos, que abriram na sexta-feira as portas pela primeira vez desde há duas semanas, registaram uma grande afluência de clientes, segundo um funcionário bancário citado pela agência de notícias EFE.
De acordo com a agência oficial libanesa ANN, durante o dia o único incidente registado aconteceu na sede do banco MEAB, na cidade costeira de Tiro, onde um jovem ameaçou colocar explosivos na agência bancária.
A maioria das estradas já foi reaberta pelos militares que, durante a manhã, conseguiram desimpedir as artérias de Sidon (no sul do país), onde cinco pessoas ficaram feridas na sexta-feira, depois de confrontos entre manifestantes e forças de segurança.
Na capital libanesa, apenas alguns manifestantes continuam a ocupar uma das circulares da cidade, conforme constatou a EFE.
"A situação está a normalizar, mas ainda é preciso algum tempo", disse o assessor de imprensa do Presidente, Rafic Chelala.
Na quinta-feira, o Presidente do Líbano, Michel Aoun, apelou à formação de um Governo "produtivo" composto por ministros escolhidos pelas suas "competências", após duas semanas de protestos contra o poder, acusado de corrupção e incompetência.
As declarações do chefe de Estado ocorreram dois dias após o primeiro-ministro, Saad Hariri, ter renunciado ao cargo, não resistindo à onda de protestos contra o seu Governo.
Os manifestantes exigiam a renúncia do Governo e com fortes críticas à classe política que dirige o país desde a guerra civil de 1975-1990.
A renúncia de Saad Hariri ainda não foi formalmente aceite pelo Presidente do Líbano, Michel Aoun, que pode decidir - pelo menos temporariamente - que o primeiro-ministro se mantenha em funções num Governo provisório para gestão dos assuntos correntes.
O frágil equilíbrio de poder no Líbano decorre dos acordos saídos da guerra civil, em que o primeiro-ministro deverá ser um muçulmano sunita, o presidente do parlamento um xiita e o Presidente da República um cristão-maronita.