A manhã começou com Downing Street a transmitir aos jornalistas que o Governo já tem um culpado escolhido para mais um atraso do Brexit: os parlamentares. Boris Johnson ainda não respondeu à decisão da UE em permitir a extensão do prazo para o Brexit e irá falar com os jornalistas depois de ler “os detalhes” mas o porta-voz informou a imprensa que a visão do primeiro-ministro britânico sobre o assunto não sofreu qualquer alteração: “O Parlamento não deveria ter colocado o Reino Unido nesta posição e o país devia estar a sair agora, a 31 de outubro”.
Antes da votação desta tarde, na qual vai pedir aos parlamentares que aprovem uma eleição antecipada, Boris Johnson explicou, em comunicado, qual o calendário que, no seu entender, seria ideal para a realização destas eleições. “O Governo apresentou uma moção propondo a realização de eleições gerais antecipadas. A moção está nos termos estabelecidos na secção 2 da Lei dos Mandatos Parlamentares Fixos, de 2011. Se acordado por uma maioria de dois terços da Câmara dos Comuns, então será através dessa lei que teremos eleições”. Nesse caso, Johnson vai pedir à rainha que escolha dia 12 de dezembro como data para a consulta popular, o que significaria a dissolução do Parlamento a 6 de novembro.
De acordo com a Lei dos Mandatos Parlamentares Fixos, a data em que o Parlamento poderá regressar às suas funções é definida por proclamação real após a dissolução, e Johnson garante que vai recomendar “que a primeira reunião do novo Parlamento ocorra antes de 23 de dezembro”.
Uma das preocupações levantadas pelos trabalhistas, que neste momento ainda não disseram se apoiam ou não esta movimentação de Johnson, é que uma eleição antecipada possa resultar num novo governo que não assumirá o cargo até meados de janeiro, deixando muito pouco tempo para aprovar um novo acordo. Acautelando-se contra estas reticências trabalhistas, Johnson promete então que o novo Parlamento se reuniria antes do Natal.