Internacional

Bolsonaro agora prefere que filho permaneça no Brasil em vez de ser embaixador nos EUA

“O Eduardo vai ter que decidir nos próximos dias se ele quer ter seu nome submetido ao Senado para a embaixada ou não”, declarou Jair Bolsonaro. O mais “estratégico” é “ele ficar no Brasil e pacificar o partido dele”, acrescentou. Na segunda-feira, Eduardo ganhou a corrida à liderança da bancada parlamentar e destituiu todos os vice-líderes do PSL

Eduardo e Jair Bolsonaro
SERGIO LIMA/AFP/Getty Images

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, prefere que o filho Eduardo, deputado do Partido Social Liberal (PSL), permaneça no Brasil para “pacificar” o partido de que ambos fazem parte. No entanto, o Presidente também já disse várias vezes que indicará Eduardo para a embaixada do Brasil em Washington.

Jair Bolsonaro foi questionado esta segunda-feira sobre a crise no PSL, que envolve a disputa pela liderança da bancada parlamentar do partido na Câmara dos Deputados, a câmara baixa do Congresso. O Presidente brasileiro encontra-se em Tóquio, onde assistiu à entronização de Naruhito, o novo imperador do Japão.

“O Eduardo vai ter que decidir nos próximos dias, talvez antes de eu voltar ao Brasil, se ele quer ter seu nome submetido ao Senado para a embaixada ou não. Não vou interferir porque se der certo, tudo bem, se der errado: ‘Pô, pai, qual é?’”, declarou Jair Bolsonaro, citado pelo portal de notícias G1. O mais “estratégico” é “ele ficar no Brasil e pacificar o partido dele”, acrescentou.

A indicação de Eduardo como embaixador nos EUA ainda não foi formalizada por Jair mas, se confirmada, precisará de ser aprovada pelo Senado, a câmara alta do Congresso brasileiro. Até esta segunda-feira, o Presidente disse sempre que, mesmo com a crise no PSL, mantinha a decisão de indicar o filho para a embaixada em Washington.

A guerra no interior do PSL

A crise no partido veio a público no dia 8, quando Jair Bolsonaro pediu a um apoiante para “esquecer” o PSL porque o presidente nacional daquela força política, Luciano Bivar, estava “queimado para caramba”. Desde então, o grupo aliado de Bolsonaro e a ala de Bivar lutaram pela liderança da bancada parlamentar do PSL.

O grupo de Bolsonaro articulou a nomeação de Eduardo, enquanto a ala de Bivar queria manter o deputado Delegado Waldir, recorda o G1. Na segunda-feira, Eduardo ganhou a corrida e destituiu todos os vice-líderes do PSL.

Segundo a deputada Joice Hasselmann, o Palácio do Planalto, sede da Presidência do Brasil, tentou dar um “golpe” no partido nesta guerra pela liderança.

Na semana passada, em plena crise, Waldir ameaçou que iria “implodir” Bolsonaro, apelidando o Presidente de “vagabundo” numa gravação áudio entretanto revelada. Posteriormente, voltou atrás e disse não ter nada contra Bolsonaro: “Somos que nem mulher traída. Apanha, não é? Mas mesmo assim volta ao aconchego.” Depois, regressou ao ataque, acusando o Presidente de ter tentado comprar deputados com cargos para beneficiar o filho.

Em reação, Eduardo Bolsonaro defendeu que o Presidente da República não pode estar sujeito à “bipolaridade” de Waldir.