Pelo quinto dia consecutivo a operação militar turca continua a atacar as forças curdas no nordeste da Síria, apesar dos apelos internacionais para que a Turquia pare a ofensiva. O presidente turco Recep Tayyep Erdogan anunciou já ter morto pelo menos 440 combatentes curdos das Forças Democráticas Sírias, avança a agência noticiosa Reuters.
Este domingo, a chanceler alemã Angela Merkel telefonou a Erdogan instando-o a parar imediatamente com a operação militar. A Alemanha e a França, aliados da NATO, já ameaçaram a Turquia com sanções, nomeadamente com uma suspensão do comércio de armas. Porém, o presidente turco continua a defender o objetivo de dizimar a milícia curda, que aponta como “terrorista”, com o argumento de querer criar uma “zona de segurança” junto à fronteira. Erdogan alega que assim os 3,6 milhões de refugiados sírios que se encontram em campos turcos podem retornar a território sírio; e ameaça a Europa, dizendo que se esta não o apoiar, envia os refugiados para território europeu.
A incursão turca estende-se por 120 quilómetros entre Kobani, a oeste, e Hasaka, a leste, tendo as forças turcas já tomado as cidades de Ras al Ain e Tel Abyad e as aldeias em redor numa área de 109 quilómetros quadrados. O presidente turco disse querer avançar 30 quilómetros dentro de território sírio até controlar Hasaka e Ain al Arab para dar a operação como completa.
A ofensiva de Ancara começou mal as forças militares norte-americanas foram retiradas da região. Os EUA acabaram por deixar à sua sorte os aliados curdos que os tinham ajudado a controlar as forças terroristas do ISIS, cujos militantes começam agora a fugir das prisões controladas pelos curdos.