O grupo extremista Daesh reivindicou o ataque que provocou esta sexta-feira pelo menos seis mortos em Qamichli, no norte da Síria, horas depois de as milícias curdas admitirem a fuga de cinco 'jihadistas' de uma prisão daquela cidade.
O ataque em Qamichli, de que resultaram ainda nove feridos, ocorreu no terceiro dia de uma ofensiva turca contra as milícias curdas, no norte da Síria, após o anúncio feito pelos Estados Unidos, no domingo, da retirada das suas forças militares que lutavam contra o Daesh.
Um carro-bomba estacionado junto a um restaurante explodiu quando vários civis, incluindo jornalistas, estavam no interior do estabelecimento, segundo um comunicado da polícia local curda. O grupo jiadista reivindicou a autoria do atentado, através de uma comunicação feita num canal televisivo.
Vários veículos foram destruídos pela explosão e a televisão estatal síria transmitiu imagens em que se podia ver uma densa coluna de fumo, no local do atentado, em Qamichli, onde o Governo da Síria controla o aeroporto e a maioria dos bairros árabes, estando as milícias curdas instaladas no resto da cidade.
Qamichli foi palco de vários ataques desencadeados pelo Daesh, durante o conflito que tem oposto o grupo jiadista à coligação internacional que até agora tinha aliado as milícias curdas e os soldados norte-americanos. A cidade serviu também de local para a prisão de muitos dos 12 mil jiadistas capturados pela coligação, em centros de detenção onde foram agrupados com as suas famílias.
As forças curdas anunciaram que, de um desses centros, nos arredores de Qamichli, fugiram hoje cinco 'jihadistas', depois de mais um ataque aéreo turco contra a cidade.
Um guarda da prisão disse que a fuga dos combatentes do EI foi facilitada pela ofensiva turca, que tem atingido várias posições militares no nordeste da Síria, reforçando o receio da comunidade internacional sobre a capacidade de manter os milhares de 'jihadistas' sob custódia das milícias curdas.