127 mil pessoas candidataram-se à nacionalidade espanhola ao abrigo de um programa destinado a descendentes de judeus que foram expulsos do país no final do século XV, no tempo da Inquisição. O prazo para as candidaturas chegou ao fim em 30 de setembro.
Os candidatos são maioritariamente oriundos de países da América Latina. Mexicanos vêm em maior número, seguidos de venezuelanos e colombianos. Não são obrigados a prescindir da sua nacionalidade atual para adquirir a espanhola, ao contrário do que é regra geral em Espanha.
Em contrapartida, têm de provar que são de facto sefarditas - isto é, de famílias judias oriundas da península ibérica - bem como demonstrar algum conhecimento da cultura e da língua espanholas; ou, em alternativa, do ladino, a versão judeo-espanhola.
Os judeus foram expulsos de Espanha e de Portugal após o fim da chamada reconquista, isto é, do fim definitivo do domínio árabe na Península Ibérica. No caso de Portugal, desde há muito que a expulsão é vista como um dos fatores que potenciou a decadência portuguesa em séculos posteriores.
Nas décadas recentes, tem-se procurado realizar alguma medida de justiça histórica, seja através de homenagens e monumentos, seja com medidas como a agora em causa. Portugal tem um programa semelhante ao espanhol que se encontra em curso. Um dos requisitos é que o candidato pertença a uma comunidade sefardita de origem portuguesa, e o custo do pedido são 250 euros.