“Não ameacei ninguém”, garantiu Donald Trump esta quarta-feira em conferência de imprensa, onde uma vez mais negou ter exercido qualquer tipo de pressão sobre o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky. Naquele que foi o primeiro encontro com os jornalistas após o anúncio da abertura do processo de impeachment, o chefe de Estado norte-americano prometeu que a primeira conversa telefónica com Zelensky também vai ser divulgada (já esta terça-feira havia sido tornada pública a segunda chamada entre ambos).
“Estava a ser alvo de tantas fake news que achei que seria melhor fazê-lo [divulgar a chamadas] e agora estão a pedir-me para divulgar também a primeira conversa e irei fazê-lo, já que é tão importante para vocês”, disse Trump aos jornalistas, após negar ter forçado o presidente ucraniano a fazer seja o que for sob “alguma forma de ameaça política”.
Trump criticou ainda o momento escolhido pelos democratas para avançarem com a abertura do processo de impeachment, acusando-os de se aproveitarem de estar a decorrer em Nova Iorque a Assembleia Geral das Nações Unidas. “Foi perfeito criarem o embuste esta semana porque assim desvia as atenções dos tremendos desenvolvimentos que temos conseguido e em que estamos envolvidos na ONU.”. Esta quarta-feira, o presidente esteve reunido durante todo o dia com vários homólogos na sede daquele organismo.
Na longa conferência de imprensa, Trump falou - uma vez mais - em “caça às bruxas” por parte dos democratas - que “não conseguem derrotar” os republicanos nas eleições. “Estão focados nesta caçada porque sabem que não nos conseguem vencer. Não vão ganhar as presidenciais, temos ótimas sondagens.”
Donald Trump é acusado de ter feito um telefonema para o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelenski, em julho passado, pressionando-o a investigar Hunter Biden, filho de Joe Biden, vice-presidente no mandato de Barack Obama e atual candidato à Casa Branca pelo Partido Democrata, por suspeita de irregularidades na sua ligação com uma empresa ucraniana.