O Governo Federal do Brasil proibiu as queimadas em todo o país durante os próximos 60 dias.

O decreto, que foi anunciado esta quarta-feira e será publicado na edição desta quinta-feira do Diário Oficial da União, suspende a autorização do uso de fogo ao longo daquele período, com o objetivo de proteção do meio ambiente.

A suspensão não será, no entanto, aplicada em casos de controlo fitossanitário autorizado por um órgão ambiental, em práticas de prevenção e combate a incêndios e na agricultura de subsistência das populações indígenas, refere a TV Globo.

O Código Florestal refere precisamente que as queimadas só são permitidas em casos específicos e desde que autorizadas por um organismo ambiental. No caso dos povos indígenas, a prática é permitida na agricultura de subsistência.

A medida surge em plena crise ambiental e diplomática provocada pelo aumento galopante do número de queimadas e da desflorestação da Amazónia. Na semana passada, o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, assinou um decreto que autoriza as Forças Armadas a apoiarem os estados abrangidos pela Amazónia no combate ao fogo.

Fumo dos incêndios cobre metade da Argentina e Uruguai

O fumo dos incêndios na maior floresta tropical do mundo cobria esta quarta-feira metade da Argentina e o Uruguai. As partículas oriundas da Amazónia formam uma densa camada de fumo sobre Buenos Aires numa combinação de sol com céu nublado sem, no entanto, afetar a visibilidade. O fumo chegou à capital argentina empurrado pelo vento de norte, pouco comum nesta época do ano. O serviço meteorológico argentino informou que a nuvem de fumo fez com que o céu estivesse “maioritariamente nublado e com fumo”.

Na margem oposta do Rio da Prata, o Uruguai permanece coberto pelo fumo, afetando a visibilidade na capital, Montevideu. Nos bairros próximos do litoral, a nuvem forma uma densa cortina que impede a visão a poucos metros de distância. A baixa visibilidade chegou a provocar problemas no tráfego aéreo no aeroporto de Carrasco. Segundo o Instituto Uruguaio de Meteorologia, trata-se de “uma névoa intensa combinada com o fumo amazónico”.

O número de incêndios no Brasil aumentou 83% este ano, em comparação com o mesmo período de 2018. Foram registados 72.953 fogos até 19 de agosto, sendo a Amazónia a região mais afetada.