Internacional

Boris Johnson cai nas preferências dos conservadores após altercação com namorada

Entre os eleitores em geral, o antigo mayor de Londres chega mesmo a ser ultrapassado pelo seu rival, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jeremy Hunt. Os eleitores tories ainda conservam Johnson na dianteira, mas com uma queda de 10%. Três quartos dos inquiridos afirmam que o caráter de um candidato importa na disputa para chefiar o Governo

TOLGA AKMEN/AFP/Getty Images

Os índices de aprovação de Boris Johnson, o favorito na corrida para a liderança do Partido Conservador e para primeiro-ministro britânico, caíram consideravelmente na sequência de uma altercação doméstica na sexta-feira. A polícia foi chamada ao local por um vizinho que afirmou ter ficado “assustado e preocupado” depois de ouvir gritos e estrondos vindos da propriedade que Johnson partilha com a namorada, Carrie Symonds.

Se na véspera o antigo ministro e ex-mayor de Londres tinha uma vantagem clara sobre o seu rival – o atual ministro dos Negócios Estrangeiros, Jeremy Hunt –, no dia seguinte ao incidente a tendência inverteu-se entre os eleitores em geral. Johnson caiu de 36% na quinta-feira para 29% no sábado, sendo mesmo ultrapassado por Hunt, que recuperou de 28% para 32%, segundo uma sondagem do Survation para o jornal “The Mail on Sunday”.

Entre os eleitores conservadores, Johnson também sofreu um abalo considerável, apesar de não ser ultrapassado por Hunt. Na quinta-feira, Johnson tinha uma taxa de aprovação de 55% entre os tories, enquanto Hunt não ia além dos 28%. No sábado, o ex-ministro caiu para os 45% e o atual chefe da diplomacia britânica ganhou terreno para os 34%.

Vida privada é relevante para o cargo, afirma mais de metade dos eleitores

Ainda de acordo com o estudo de opinião, mais de metade dos eleitores disse que a vida privada de Johnson é relevante para as suas capacidades como primeiro-ministro e três quartos afirmaram que o caráter de um candidato importa na disputa.

Johnson tem-se recusado a dar explicações sobre o sucedido, insistindo que o importante é ouvir os seus planos “para o país e para o partido”. Num artigo para o jornal “The Daily Telegraph”, o candidato tenta esta segunda-feira desviar as atenções das questões pessoais para as políticas: “Temos de deixar a União Europeia (UE) a 31 de outubro, dê por onde der. Isso honrará o resultado do referendo e focará as mentes dos negociadores da UE. É absolutamente vital mantermos os olhos no prémio. Tem sido um caminho longo e sedento, mas o oásis está finalmente à vista.” “Estamos a pouco mais de quatro meses da data em que, por lei, temos de deixar a UE e, desta vez, não vamos falhar. Desta vez, não nos vamos encolher com medo da saída, como fizemos nas duas últimas ocasiões”, acrescentou.

Após o alerta do vizinho de Johnson, a polícia foi ao local e verificou que estavam todos em segurança, não registando qualquer infração.