Em 1944, pela segunda vez no século XX, os norte-americanos atravessaram o Atlântico e vieram salvar a Europa. Voltariam a fazê-lo entre 1948 e 1951, carregados, já não de armas e munições, mas de dólares, no quadro do Plano Marshall, que permitiu reconstruir as infraestruturas, indústrias e cidades europeias, em função dos valores económicos e políticos dos EUA. Nasciam os primórdios da União Europeia vista, também, como uma peça da estratégia de contenção da esfera soviética durante a Guerra Fria.
Passados 75 anos quem se senta na Casa Branca não é Truman mas Trump, para quem uma Europa unida e com peso mundial é não uma necessidade, mas uma grande maçada. O ex-conselheiro presidencial Steve Bannon conspira abertamente para apoiar e financiar grupos ultraconservadores, xenófobos ou de extrema-direita, uns no Governo como os de Salvini (Itália), Orbán (Hungria) ou Kaczynski (Polónia), outros na oposição como em França, Reino Unido ou Espanha.
Como a História, entre muitas outras coisas, gosta de ser irónica, estes mesmos grupos e formações são apoiados de forma um pouco mais discreta mas porventura mais eficaz pela Rússia de Putin, como saltou à vista com o episódio caricato do líder do FPO e vice-primeiro-ministro austríaco. Heinz Christian Strache foi filmado a prometer mundos e fundos, nomeadamente influência política e controlo de jornais, a uma sedutora figura feminina, que não desmerece das coronéis do KGB dos velhos tempos da Guerra Fria e do kompromat.
A verdade é que sem o desembarque da Normandia e, já agora, sem o sacrifício dos soldados e civis soviéticos e não fora, também, a coragem dos resistentes da Europa ocupada, não seríamos o que somos hoje.
Façamos, pois, como o Corvo de Três Olhos de “A Guerra dos Tronos” e, ao menos uma vez na vida, ponhamos a memória histórica no posto de comando e evoquemos o Dia D de há 75 anos.
ATAQUE À MURALHA DO ATLÂNTICO
Se o estrategista chinês da antiguidade Sun Tzu pudesse ter visto o desembarque da Normandia, ter-se-ia sentido reconfortado, pois o seu princípio de atacar com toda a força onde o inimigo seja mais fraco e não nos espere foi plenamente aplicado.
Mas a operação só pôde ser levada a cabo em 1944 porque só então se conseguira garantir a supremacia naval no Atlântico, anulando a ameaça dos submarinos alemães, proteger os campos petrolíferos do Médio Oriente e tomar conta do Mediterrâneo, o que implicou a invasão da Sicília e da Itália continental. Além de se garantirem condições para o bombardeamento aéreo estratégico da Alemanha, enfraquecendo o esforço de guerra e procurando minar o moral da população.
Alguns destes objetivos eram contraditórios entre si, pois ganhar a batalha do Atlântico implicava desviar para a luta antissubmarina alguns dos quadrimotores pesados capazes de bombardear a Alemanha, de forma a garantir que, de Nova Iorque a Londres, não houvesse um quilómetro quadrado de oceano sem cobertura da aviação aliada
A partir de Inglaterra, o caminho mais direto para invadir a França por mar era atravessar o Canal da Mancha, uns meros 40 quilómetros que poriam as forças aliadas, uma vez em terra, apontadas à estratégica zona industrial do Ruhr, coração da indústria alemã. Em contrapartida, era a zona mais fortificada da costa e à retaguarda da qual mais unidades blindadas alemãs haveria para contra-atacar as forças desembarcadas.
O planeamento estratégico aliado depressa concebeu uma alternativa: navegar o quádruplo da distância para atacar na Normandia, designadamente na península de Cotentin, entre Cherburgo e Caen, menos bem defendida e, uma vez estabelecida uma cabeça de ponte, irradiar para Sul, ameaçando o leste da França e a Bélgica.
Chamar menos bem defendida à costa normanda não queria dizer que o não fosse. Há mais de um ano que, sob a direção do marechal Rommel, famoso pela sua habilidade na guerra do deserto no Norte de África, estava em curso a construção da Muralha do Atlântico, desde a fronteira franco-espanhola até à Noruega. Isso incluía todo o tipo de defesas costeiras que enquadravam os possíveis pontos de desembarque com fogo cruzado de artilharia e armas automáticas. Para o interior da Normandia havia campos propositadamente inundados e obstrução das possíveis zonas de aterragem com obstáculos minados, os “espargos de Rommel”.
ENGANAR O ALTO-COMANDO ALEMÃO
Foram definidas cinco zonas de ataque ao longo de 60 quilómetros de costa, desde Varneville a oeste, a Villers-sur-Mer a leste. Duas praias para os americanos a oeste, com os nomes de código Utah e Omaha, duas para os britânicos e franceses livres (Gold e Sword) e, entre estas, uma para os canadianos (Juno).
Mas para que a operação resultasse era preciso continuar a convencer o inimigo de que o ataque se faria por onde este o esperava, ou seja, pela Mancha.
Para isso foi montada uma campanha de intoxicação dos serviços de informação e do Estado-Maior alemães com diversas vertentes.
Uma, física, foi a instalação de falsas forças de desembarque no sudeste de Inglaterra que incluíam réplicas em borracha de tanques. Para dar credibilidade ao cenário nomeou-se para o comando deste exército-fantasma um dos mais temidos generais aliados, Patton, especialista na manobra dos blindados com provas dadas no Norte de África e Itália.
Do lado virtual, deram-se nomes diferentes às mesmas unidades militares e emitiram-se centenas de mensagens de rádio não cifradas fazendo referência a localizações e movimentações de forças, tanto imaginárias, como reais. A espionagem aliada colaborou nesta encenação que passou à posteridade como Operação Fortitude e na qual teve algum papel, Garbo, um agente duplo de origem catalã, que na verdade se chamava Juan Pujol Garcia, vivia em Lisboa e fazia do Hotel Suíço Atlântico, ao elevador da Glória, a base de uma imaginária rede de espiões pró-nazis, porta aberta para intoxicar a espionagem alemã.
A campanha de desinformação resultou tão bem que, quando os serviços de escuta alemães ouviram na BBC o sinal de que a invasão estava iminente, ou seja, os primeiros versos de um poema de Verlaine que dizia “les sanglots longs des violons d’Autonme…” o Estado-Maior não acreditou, ainda que, através do interrogatório de agentes aliados e membros da resistência se tivesse apurado ser aquela a sigla para o ataque iminente.
DE COSTAS PARA O MAR
Fosse como fosse, os soldados aliados combateriam na pior posição possível, com o mar nas costas, logo sem possibilidade de recuo e de manobra. Por isso era decisivo ter superioridade de forças no momento do ataque e garantir que as reservas inimigas não chegassem a tempo às praias.
Para o primeiro objetivo reunia-se uma armada de mais de cinco mil navios de todos os tipos, de combate, transporte, luta antissubmarina, desembarque, etc. Para o segundo, previa-se o lançamento de paraquedas ou planador de milhares de tropas especiais na retaguarda inimiga.
Havia que garantir que nas primeiras horas a cabeça de ponte se expandisse rapidamente para o interior, pusesse o inimigo na defensiva e não viesse a ser cercada como sucedera no princípio do ano em Itália com o malogrado desembarque anglo-americano em Anzio.
Ou seja, tudo se decidiria nas primeiras 24 horas, pelo que o Dia D, seria na verdade, no dizer do próprio marechal Rommel, “o dia mais longo”, frase aproveitada para o título da monumental reconstituição ficcionada das operações no filme de 1962 realizado por Ken Annakin, Darryl F. Zanuck e outros, com base no livro homónimo do jornalista irlandês Cornelius Ryan.
DIABRURAS DA METEOROLOGIA
Para garantir o abastecimento da força expedicionária montou-se um oleoduto submarino a partir de Inglaterra e construiu-se um porto artificial à base de blocos flutuantes de cimento, os Mulberries, que, uma vez rebocado e montado ao largo da praia de Omaha, permitiria a descarga de cargueiros de grande dimensões.
Escolhidos o tipo e a diretriz do ataque faltava definir a respetiva data. Tinha de combinar muitos fatores diferentes. Maré a baixar de madrugada para as minas e obstáculos submarinos serem visíveis para os sapadores que abririam caminho ao desembarque. Lua cheia a erguer-se o mais tarde possível para facilitar as operações aéreas noturnas. Mar calmo junto às praias e vento de sul para empurrar o fumo para a costa, obscurecendo o campo de visão dos defensores. Luz do sol durante a primeira maré baixa para facilitar as operações aéreas contra as defesas costeiras e também durante a da tarde para consolidar o desembarque.
Tudo conjugado, só poderia ser entre 5 e 7 de junho ou a partir de 18, sendo que entre a decisão de avançar e a chegada às praias havia que contar com 72 horas de intervalo, dada a necessidade de concentrar e pôr em marcha as forças navais. O agravamento do estado do tempo atormentou o supremo comandante aliado, general Eisenhower, até ao último momento mas escolheu-se 6 de junho como a data final.
A meteorologia voltaria a fazer das suas mais tarde, com o maior temporal de que havia memória a ocorrer entre 19 e 24 de julho, destruindo parte do porto artificial de Omaha e obrigando a abastecer por via área as forças aliadas. Isto quando os aliados ainda não tinham conseguido conquistar ou repor em funcionamento nenhum porto francês.
COMANDO UNIFICADO FEZ A DIFERENÇA
Do lado aliado, estava em marcha uma operação complexa, executada de forma tão perfeita quanto o engenho humano possibilitava, dirigida por um comando unificado que incluía entidades de coordenação como uma junta de chefes de Estado-Maior interarmas e internacionalidades.
Do lado alemão, uma sucessão de azares, o pior dos quais foi a ausência do principal estrategista da defesa, o marechal Rommel, de viagem para a Alemanha para visitar a mulher, dado o mau estado do tempo não fazer recear um ataque aliado.
Tudo isto agravado por uma dispersão de comandos entre forças terrestres e navais, defesas costeiras e unidades móveis, com a agravante de algumas das melhores unidades blindadas, decisivas para um contra-ataque, estarem na dependência direta de Hitler que se continuava a julgar um génio militar.
Um episódio, ocorrido mais tarde, já com as forças aliadas a avançarem Normandia fora, ilustra este ambiente. Os alemães dispunham de uma arma excecional, a peça de 88 mm, pensada para o tiro antiaéreo mas que depressa se descobrira ser ainda melhor contra veículos blindados.
A 18 de julho, com os britânicos a pressionarem na frente de Cagny, o coronel Von Luck, um dos poucos comandantes de divisões blindadas que tinham conseguido atacar na direção das praias no Dia D, descobriu uma bateria de peças de 88 postas sob o comando de um oficial da força aérea. Quando lhe pediu que as virasse para os tanques inimigos foi-lhe respondido que só recebia ordens do comando do ar. Luck apontou-lhe a pistola e disse: “Pode ganhar uma condecoração ou um tiro meu na cabeça. Qual vai ser?”
SALTOS NO ESCURO
Na madrugada de 6 de junho os primeiros a entrar em ação foram as forças aerotransportadas. Os aviões com paraquedistas e os planadores rebocados por bombardeiros tinham planos de voo insólitos, implicando sucessivas mudanças de direção, tanto na aproximação ao objetivo, como no regresso a Inglaterra.
Imaginemos o que seria estar sentado no bojo de uma destas aeronaves, enquanto à volta explodiam granadas antiaéreas. Os paraquedistas deveriam orientar-se por sinais luminosos feitos a partir do solo por camaradas largados minutos antes, mas isso nem sempre funcionou. Houve quem saltasse antes e depois do ponto pretendido. Alguns aterraram em pântanos e rios e afogaram-se. De uma forma geral as unidades dispersaram-se e os soldados perderam boa parte do material.
Mas, mesmo dispersos, atingiram o primeiro dos objetivos: criar o caos na retaguarda inimiga, confundindo os adversários quanto ao número, localização e missão dos atacantes. Não faltavam bonecos do tamanho de crianças, também lançados de paraquedas, os Ruperts, que ao embateram no solo detonavam cargas explosivas que simulavam rajadas de armas automáticas.
Como os alemães tinham mudado a sinalização rodoviária havia paraquedistas a errar sem destino, situação reproduzida no filme “O Dia Mais Longo”, quando o tenente-coronel Benjamin Vandervoort, interpretado por John Wayne, grita para os seus soldados: “Rumo nor-noroeste, como diziam as ordens! Será que ninguém sabe olhar para uma bússola”?
AGUENTAR ATÉ À RENDIÇÃO
A mais extraordinária e bem-sucedida das missões foi levada a cabo pelos paraquedistas da VI Divisão britânica que, sob o comando do major John Howard, tomaram a Ponte Pégaso em Bénouville. Os seis planadores realizaram uma navegação perfeita no meio do escuro e aterraram quase silenciosamente junto ao objetivo, tomado de surpresa numa questão de minutos e com poucas baixas.
A posse destas pontes eram fundamental para evitar contra-ataques alemães na direção das praias e para permitir o avanço para o interior das forças desembarcadas. A ordem era “aguentar até serem rendidos”, o que era mais fácil de dizer do que de fazer, pois os paraquedistas pouco mais possuíam que armamento ligeiro.
Ao contrário dos americanos, que possuíam uma arma antitanque eficaz, a famosa bazuca, os britânicos tinham um sucedâneo menos potente e sobretudo menos preciso, o PIAT que, na verdade, era um morteiro de mola. Ainda assim a noite foi salva por um tiro miraculoso de uma destas armas contra o tanque que encabeçava uma coluna blindada alemã e cujo sucesso convenceu os atacantes de que ali havia artilharia extremamente precisa e concentrada…
OMAHA, A SANGRENTA
O assalto às praias desenrolou-se de forma muito diferenciada: sem problemas de maior em Utah, com alguns combates em Gold, Juno e Sword e com um quase desastre em Omaha. Nesta praia tudo se conjugou a desfavor das primeiras vagas de desembarque: falta de eficácia da barragem de artilharia dos navios da frota e dos ataques aéreos, afundamento dos tanques anfíbios e deslocação nos dias anteriores para exercícios de uma unidade de elite alemã a 352ª divisão.
Como nos ataques de infantaria da I Guerra Mundial as sucessivas vagas de desembarque caíam no campo de tiro das armas automáticas e da artilharia, daí resultando uma carnificina. Aos poucos, os sapadores foram conseguindo abrir caminhos pelo meio dos fossos e campos de minas, sob a cobertura de alguns contratorpedeiros cujos comandantes, apercebendo-se da gravidade da situação, se aproximaram da costa quase até encalharem e disparavam sobre as defesas costeiras.
As cenas iniciais do filme de Steven Spielberg “O Resgate do Soldado Ryan” (1998) reproduzem com o possível realismo o ambiente nesta praia mas ainda mais pungentes são as descrições feitas pelo futuro cineasta Samuel Fueller, que desembarcou aqui como soldado da I Divisão de Infantaria, a famosa Big Red One. Fala do horror de uma praia cheia de sangue e de bocados de corpos, onde novas vagas de desembarque chegavam com a regularidade de um relógio de quarto em quarto de hora para serem massacradas com a mesma regularidade. Graças ao fotógrafo da “Life” Robert Capa temos imagens dramáticas de soldados tentando abrigar-se atrás dos obstáculos metálicos alemães com água pelo peito.
Outro grande nome do Hollywood, John Ford, também andou pela Normandia comandando uma unidade especial de filmagens do exército, tirando partido da experiência ganha nos anos anteriores na cobertura das grandes batalhas da Guerra do Pacífico como Midway.
DE GAULLE EM BAIEUX
Ao fim do dia a primeira fase do desembarque da Normandia está cumprida, mesmo em Omaha, aqui à custa de quatro mil baixas entre mortos, feridos e desaparecidos. Na semana que se segue a cabeça de ponte torna-se contínua e penetra 30 quilómetros para o interior, fazendo a junção com os paraquedistas.
Baieux torna-se a primeira cidade francesa a ser libertada no próprio Dia D e a visita logo a seguir do general De Gaulle dá-lhe legitimidade política para dirigir o novo poder francês. Cherburgo e Caen que, segundo o plano aliado, deveriam ser libertadas nos dias imediatos ao desembarque, só cairão respetivamente a 27 de junho e a 13 de julho.
A aviação aliada bombardeia o centro das localidades para tentar cortar os cruzamentos de estradas mas os alemães conhecem o terreno e circulam de noite e pelos caminhos secundários. As baixas civis são assustadoras.
Com um terreno muito recortado e cortado por sebes e ribeiras, a Normandia favorece a defesa e as forças alemãs fazem-na de forma hábil, tirando partido do terreno. O que começara com uma audaz operação aeronaval transforma-se em ataques de infantaria que fazem lembrar os da I Guerra Mundial nos campos com sebes fortemente defendidas e em guerra de cerco em Caen e Cherburgo. As unidades SS começam a tornar-se notadas pela crueldade com que tratam os prisioneiros e os americanos e canadianos respondem na mesma moeda.
ARMADILHA MORTAL
Os tanques alemães como o Tigre são muito melhores em blindagem e poder de fogo mas os blindados aliados como os Shermans são rápidos, fiáveis e sobretudo numerosos. Quando começam a ser equipados com peças de maior poder de penetração e com reservatórios de água a proteger os depósitos de munições tornam-se adversários temíveis.
Quando, a 25 de julho, já com o general Patton a comandar uma divisão blindada, os americanos saem da Normandia e irrompem pelo Loire e pela Bretanha, o alto-comando alemão, já sem Rommel, ferido pelo ataque de um avião aliado a 17 de julho, não sabe que terreno cobrir. Tendo a intuição de que pode explorar o alongamento da linha de penetração americana e o espaço entre esta e os canadianos ataca em Falaise mas cai numa armadilha mortal. Desta vez o terreno desfavorece os alemães e estes acabam numa bolsa cortada por valas difíceis de transpor e com poucas pontes, através das quais só algumas dezenas de veículos blindados conseguem escapar.
A Resistência sabota tudo o que pode, a começar pela rede ferroviária e pelas estradas. Atrasa a marcha para norte de divisões blindadas SS, como a Das Reich, que retalia levando a cabo um massacre atroz de civis em Oradour-sur-Glane. Com um segundo desembarque aliado no sul de França, a 15 de agosto, a sorte das armas fica decidida.
O sucesso do desembarque da Normandia esconde as tremendas dificuldades que os aliados enfrentaram. Os Panzers podiam ter chegado a tempo às praias. A ordem para reembarcar em Omaha esteve quase a ser dada. Mas se assim tivesse sido e o Dia D tivesse corrido mal para os aliados o desfecho final da guerra não teria sido muito diferente. Quando muito, talvez o Check Point Charlie se tivesse passado a situar, não na Friedrichstrasse, em Berlim, mas junto à Torre Eiffel, e estivéssemos agora à beira de celebrar os 30 anos da queda do Muro… de Paris.