O produtor norte-americano Harvey Weinstein chegou a um acordo, no valor de 44 milhões de dólares (39 milhões de euros), com mulheres que o acusam de má conduta sexual para resolver ações judiciais e compensar as alegadas vítimas. A informação foi avançada, esta quinta-feira, pelo diário “The Wall Street Journal”, que cita fontes próximas do processo.
Incluídos no acordo estão também membros do conselho de administração do seu antigo estúdio cinematográfico, The Weinstein Company, e a Procuradoria-Geral de Nova Iorque, acrescenta o jornal.
Se finalizado, o acordo resolverá uma ação judicial apresentada no ano passado pela Procuradoria nova-iorquina, que acusa executivos e o conselho de administração da Weinstein Company de não ter protegido as seus funcionárias de um ambiente de trabalho hostil e da conduta sexual imprópria do antigo patrão.
Acordo não afeta caso que será julgado em setembro
O acordo proposto não afetará, contudo, um outro caso que pende sobre o produtor, acusado de violação e outros crimes sexuais, e cujo julgamento está agendado para setembro.
Representantes do estúdio e de Weinstein, que nega alguma vez ter feito sexo não consentido, não responderam aos pedidos de comentário do jornal.
Mais de 80 mulheres, sobretudo jovens atrizes e outras ligadas à indústria de cinema, acusaram-no de má conduta sexual ao longo das últimas décadas. Com o avolumar das acusações, o estúdio despediu-o e declarou falência. O produtor foi também expulso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.
O caso de Weinstein ajudou a lançar o movimento #MeToo, que levou, desde outubro de 2017, dezenas de homens poderosos do entretenimento, da política e de outras áreas a serem igualmente acusados de conduta sexual imprópria.